Ouço lamúrias, vozes, gritos, alaridos.
No meu olhar instropecto.
Não sei o que faz sentido,
Pois entre olhares sofridos
Vislumbro belos sorrisos!
Os espinhos ferem, sangram...
Mas, oh, Deus:
Como pode as belas rosas
- Indiferentes as intempéries -,
Florescerem entre abrolhos?
Intriga-me a evolução dos seres...
Por quê a felicidade de alguns
Depende de holocaustos de outros?
Por quê a poesia me inunda
E me inquieta os sentidos?
Já não sei se vivo em mim,
Ou como penumbra triste
Divisando as folhagens,
Sou um fantoche perdido
Na ilusão dos meus pensares.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da Internet
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