Discurso de Posse de Antenor Rosalino
na Cadeira de nº 1 da
Academia
Araçatubense de Letras
Excelentíssimo Senhor Doutor Francisco Antonio Ferreira Tito
Damazo, muito digno Presidente da Academia Araçatubense de Letras.
Damazo, muito digno Presidente da Academia Araçatubense de Letras.
Ilustres acadêmicos, autoridades
presentes, minha família, caros amigos.
Ao longo de minha vida fui um tanto audacioso em certas ocasiões. Uma
delas foi ter me casado com a Marilene Pina Rosalino, contando apenas com um
ordenado irrisório de bancário. Um ano após, nascia o nosso filho Fábio
Henrique e, três anos depois, o segundo, Fernando Ulisses, que mora em outro
Estado e não foi possível a sua vinda, devido aos compromissos, inclusive da
esposa.
Ambos amados filhos e noras nos presentearam com adoráveis netos: a Lorena e o Davi. Fui também muito ousado ao desejar tornar público os meus modestos escritos poéticos, mas nada supera a ousadia que tive ao inscrever-me para uma vaga na Academia Araçatubense de Letras. Afinal, reconheço estar distante da intelectualidade dos imortais que compõem esta academia, por onde já passaram tantos outros intelectuais inesquecíveis.
Senhor Presidente, prezados acadêmicos:
Quando eu ainda era bem jovem, fiz um curso de
correspondência comercial e passei grande parte da minha vida trabalhando em
serviços burocráticos e redigindo cartas e ofícios. Não me dediquei tanto à
literatura como deveria, mas o pouco que me empenhei constitui-se no que tenho
de mais proveitoso, por ter me proporcionado maior percepção da poesia que
permeia o mundo.
Na qualidade de aposentado, tive, obviamente, maior disponibilidade de
tempo para dedicar-me à literatura e elaborar poemas que é um dos meus maiores
prazeres. Não posso negar que fui feliz nessa minha ousadia no campo das
letras, principalmente por contar com o incentivo e a generosidade dos amigos.
Julgo oportuno salientar que há dois anos venho prestando serviços a
essa academia e não posso deixar de mencionar aqui a maneira cordial com que
sempre fui tratado por todos, desde o meu ingresso, cuja receptividade me
impressionou e muito agradeço. Agradeço, sobretudo, a obsequiosidade e doçura da
minha madrinha Yara Pedro, por suas palavras que muito me honram.
Portanto, contando com a amizade desses
grandes valores acadêmicos, tenho convicção de que poderei acrescentar muito ao
pouco conhecimento que tenho no campo das letras e me comprometo a contribuir com
os elevados objetivos desta academia e honrar a cadeira de n° 1 que acabo de
assumir, cujo patrono é o imortal Olavo Bilac.
Observem, meus prezados, essa passagem na
vida de Bilac: consta que um de seus amigos possuía uma propriedade e desejava
vendê-la. Comunicou, então, esse desejo ao poeta pedindo-lhe que fizesse uma
nota para publicação sobre a venda. Olavo Bilac, então, redigiu a nota com
profundos dizeres poéticos. Dizia ele que se tratava de uma belíssima
propriedade, um verdadeiro eldorado de sonhos, cercado de flores veludíneas,
perfumadas e folhas verdejantes, pousada de belos pássaros, por onde corria um
riacho de águas puras e cristalinas. A poética de Bilac foi tão linda e
envolvente que o amigo acabou desistindo da idéia da venda e passou a valorizar
muito mais a sua propriedade. E vejam só, meus amigos, mais essa citação desse
parnasiano tão ilustre: “Há quem me julgue perdido, porque ando a ouvir
estrelas. Só quem ama tem ouvido para ouvi-las e entende-las”.
Com esse profundo pensar poético de Bilac,
finalizo essas minhas observações, externando, renovados e profundos
agradecimentos pela acolhida do Senhor Presidente e pelos ilustres, agora, colegas
desse templo de sabedoria que tem por objetivo o zelo pelas letras e pela história
de nossa querida Araçatuba.
Desejo
felicidades à minha antecessora, competente colunista social Célia Vilela que,
lamentavelmente, teve de se afastar do nosso convívio por problemas pessoais e
parabenizo o nobre colega Amarildo Brilhante, eleito igual a mim.
Aos
colegas do Grupo Experimental, aos meus parentes e amigos aqui presentes e aos
que não puderam comparecer deixo agradecimentos dos mais comovidos. E espero
continuar recebendo o mesmo estímulo para continuar com minhas inventividades
poéticas com vistas sempre ao bem comum e entregar para a eternidade, a partir
desse momento supremo, somente o que há de melhor em mim e continuar vendo
taças de sol poente no brilho de cada olhar. Que Deus nos abençoe. Muito obrigado!
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