Na quietude mórbida da cidade grande,
Vislumbro uma sensação estranha
De um céu esgotado por névoas difusas,
E um nevoeiro úmido permeia
Os contornos do dia pálido,
Fatigado de si mesmo.
Muitas janelas fechadas remetem a olhares
Cansados e sonolentos,
Como a prenunciar a velhice e seu corolário
Inevitável de cansaço e solidão.
Tudo se faz cinéreo e
triste!
Nem mesmo o balançar das árvores frondosas
Trazem perfis de harmonia.
E os passarinhos
tristonhos alçam voos
Em bandos, à busca do
aconchego
De seus frouxeis de
ninhos.
Os meus olhos procuram clarear
Esquinas escuras,
Enquanto a mente vagueia
Buscando esculpir,
Com poesia universal, os fragmentos
Sublimes do encantamento
dial.
Antenor Rosalino