Pulsa, coração!
Mesmo sem o vigor
colorido
De outrora, pulsa.
Não paralise agora o
alicerce
Do meu construto mental.
Sei que deverás deixar-me
E a libertação da minha
alma,
Sorrateiramente, se
aproxima.
Peço-te, porém, um pouco
mais
Do teu abnegado labor,
Para que o meu projeto
final
De vida seja concluído.
Posso jurar-te, coração:
Não temo a morte.
Faço apenas um apelo,
Que encerra o meu
propósito
De reparar, ao menos,
Diminuta parte dos meus
erros,
E disseminar todo o meu
amor
Aos meus semelhantes,
Antes que seja tarde
demais.
Que o último círculo
Do meu sangue coincida
com
O desabrochar de mentes
Mais humanas e fraternas,
Num mundo onde as perdas
e a dor
Deem lugar a sorrisos
inocentes
E atos imortais.
Antenor Rosalino