Descortina-se o arco-íris!
Dissipam-se as ágmas.
No esplendor dos matizes,
Murcham-se as lágrimas.
Arco celeste, arco da aliança!
É também arco da chuva...
Reluzente esperança
Das alcovas da turba.
Emanando suas cores
Em cenários diversivos,
Reacendem-se os fulgores
Há tanto, empedernidos.
Abrem-se os sorrisos!
Esvoaça-se a passarada...
Aguçando-se os viços
Da cidade engalanada.
A paz assim tão presente
Na calmaria do dia,
Devolve a lira plangente
À inflexão que enuncia.
Quando nesses momentos
O mundo sorri feliz,
Unem-se os pensamentos
Do modo que eu sempre quis.
Nesse dia ganho um sonho...
Esqueço a sorte perdida.
Não há suspiro enfadonho.
Respiro a paz mais querida.
As borboletas ao vento
Ganham cores de opalas,
Enquanto nesse acalento
Nas gólgotas a dor se cala.
Antenor Rosalino