domingo, 29 de março de 2020

VAZIO



                          

           



       Busco preencher meus espaços vazios
      Distraindo o tempo com meu silêncio.
      E quando me dou conta
      Vejo a tristeza estampada em minha retina.

      As palavras não expressam o meu sentir.
      Ficam melancólicas, retidas na minha garganta
      Como a desejar trazer nuanças de mau agouro
      Em lacunas de profunda solidão.

      Sinto ventos contrários devorando sombras.
      Tudo emudece. Não há poesia...
      As venturas dos instantes se ofuscam.

      O coração clama pelo perfume do leito
      Nas noites escuras de páginas tempestuosas
      E obscurecem, também, as arestas da minha alma.



                                     Antenor Rosalino



sexta-feira, 13 de março de 2020

PRENÚNCIO DO ANOITECER



                 
                             

    A íris de sublime encanto prenuncia a noite bela.
    Há um misto de serenidade e alegria
    No perfeccionismo poético da natureza,
    Enquanto o sol se esvai no infinito!

    Tudo então ganha sentido
    Na calmaria terna desse apogeu de paz,
    E meus olhos se inebriam feito lume
    No silencio e na razão do meu pensar.

    Em tons de suave melancolia e glória
    A lembrança crepuscular permanece tácita
    Como lendas infantis perpetuando na memória.

    É como se chuva de estrelas caísse do céu
    Distraindo a parte triste do mundo
    E as auguras nefastas de abandonados mausoléus.


                                          Antenor Rosalino