Há séculos, a humanidade saboreia
os frutos dos sábios conhecimentos
filosóficos, ao mesmo tempo em que
se encanta, comovida, com os sonhos
da admirável percepção poética...
É notória, porém, a dessemelhança de
idealismo entre o filósofo e o poeta:
o filósofo debruça-se inquieto em sua
irrestrita racionalidade, enquanto o
poeta inclina-se cada vez mais, em sua
sina de enfeitar a vivência terrena.
O filósofo busca respostas para a existência
do ser e do Universo. O poeta, por sua vez,
delicia-se com o rito da natureza muda,
e vê o mundo num grão de areia!
O filósofo interroga, questiona e polemiza
na angústia do nada, no afã de encontrar
motivos para a existência de tudo.
O poeta sonha um supra mundo perfeito,
desfolhando até mesmo das flores mortas,
belos poemas no fluir de seus belos dias!
Ambos, porém, seguem seus destinos
com olhares perscrutadores em linhas
paralelas e assim, maravilhados pelo
perfeccionismo da natureza, cada qual
morre com sua certeza,
rumo ao eterno da incerteza...
Autoria: Antenor Rosalino
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