sábado, 21 de novembro de 2020

O SILÊNCIO DO AMOR




O amor surge na Terra com essência

de ternura sob diversos aspectos.

É paciente, como o olhar materno,

a acalentar o frágil filho

 no seu colo de açucena!

 

Não se apega aos laços da fúria

incontida do egoísmo e da dor inútil.

Não é o primeiro, nem o último,

é simplesmente amor...

Espelhando brandura pelas veredas da vida!

 

Assim como as flores, que enfeitam

tanto os terrenos íngremes como

as vinhas férteis, o amor floresce

no bem, mas compreende o mal e perdoa,

silentemente, os deslizes mortais.

 

Reflete os seus aspectos numa palavra amiga,

na doçura de um sorriso apolíneo,

no silêncio enternecedor dos corações,

onde as mais belas palavras são ditas

pela diadema luz de um olhar!

 

Como um mimo frouxel de ninho,

é leda espera constante e não perece,

nem mesmo na amplidão da madrugada triste,

quando deixa de ser espera

para se tornar saudade!...

 

                             Antenor Rosalino

 

domingo, 8 de novembro de 2020

O VENTO QUE VEM DO LESTE



 

Vem o vento num arrulho

Trazendo manso frescor...

Aliciando as rosas e antúrios

Com doces uivos e olor!

 

Bem sei, esse ar envolvente,

Tão etéreo que enternece,

Vindo assim tão mansamente...

Esse vento vem do leste!

 

Nos lagos dançam os cisnes

Flertando as flores silvestres;

Em meus olhos brotam risos

Sentindo o vento do leste!

 

Envolvendo espaços vácuos

Em rito com a natureza em festa,

Ameniza o pranto inócuo

O vento que vem do leste!

 

Não temo procelas que passam

Ameaçando a flor bela,

Pois logo bons ventos retornam

Trazendo do leste o sol belo!

 

Passam as estações como um sonho...

Num sopro tristonho enturvecem!

Meu lenitivo e consolo

É o vento que vem do leste!

 

O sol cintila sempre em riste

Vindo também lá do leste...,

E meus olhos ficam tristes

Ao vê-lo morrer no oeste!

                            

                       Antenor Rosalino