sábado, 20 de maio de 2023

SINOS QUE DOBRAM



Sempre em pontos altaneiros

De igrejas e mosteiros,

Vislumbram calmos e imponentes

Os sinos tão abrangentes.

 

As badaladas comovem

Falam mais que as palavras...

Soam em alívio e murmúrio

Os eventos e lamúrias.

 

Tudo vêem e nada dizem.

Quanta história para contar:

O batismo, o casamento...

Tantas juras no altar!

 

Como mensagem divina,

O seu eco é sinfonia...

O seu compasso confunde

Em dolente melodia.

 

Em colossais igrejas de luxo

Ou capelinhas de vilas,

Os sinos são sempre os mesmos

A conclamar tantas vidas.

 

Às seis horas da tardinha

É hora da Ave-Maria!

Tocam os sinos para que todos

Evoquem a Mãe Divina.

 

E assim passam-se os dias

Assim trabalham os sinos:

Vivem sempre a nos lembrar

Os compromissos divinos.

 

               Antenor Rosalino

 

 

 

sábado, 6 de maio de 2023

LUME


Inquieta-me não ter resposta

À minha constante indagação:

 “Que brilho mágno é este

Que brota dos olhos teus

- com tanto encantamento -,

Deixando doces vestígios

Nos meus olhos redivivos?”

 

Esta luz paira no ar

Com laivos misteriosos,

Como obra prima, formosa,

Predestinada a envolver

Como poética canção

O meu súplice coração.

 

Este magnetismo incomum

É interrogação que não cala.

Flameja também na minh’alma

Deixando-me assim: reticente...

Sem saber se vivo em mim

Ou se perco o meu juízo,

Quando esta luminosidade afaga

Este teu sorriso vívido.

 

                    Antenor Rosalino