Olho para o
céu calmo, claro, alabastrino e fico a imaginar como seria o mundo sem as
nuanças do prosear entre as pessoas em suas infinidades de gostos, tendências e
sentimentos.
Os
escritores, principalmente os poetas, vêem o mundo e as coisas muito além do
que elas se apresentam e exteriorizam o seu sentir em palavras que nos
surpreendem pela profundidade de belos detalhes que, não raras vezes, nos
passam despercebidos. Os contadores de estórias formam outro grupo de pessoas
interessantes. As suas prosas são agradabilíssimas e, quando se pegam a contar
suas estórias conseguem criar atmosferas de puro encantamento.
O prosear
pode ser considerado também um brincar com as palavras, estas fluem
despreocupadamente, sem a necessidade de objetivar algo, é como o vôo dos
pássaros na amplidão, e não deixa de
ser uma atividade que, tal qual a poesia, acaba se tornando um vigoroso
exercício para a imaginação e a criatividade. É como, por exemplo, nadar sem o
objetivo de chegar a lugar nenhum.
Os diálogos e
prosas não só estreitam os laços de amizade, mas também nos ensinam. Podemos
obter informações e esclarecimentos sobre muitas coisas e também transmitir
experiências vividas.
As pessoas
têm latente no âmago, cada qual e a seu modo, as suas inclinações e isso faz
com que essas tendências se exteriorizem e, de alguma forma, nos envolvem. Por
essa razão, embora a comunicabilidade seja necessária e o prosear faça com que
tenhamos maravilhosos momentos de descontração e alegria, é preciso estar
atentos no sentido de mantermos sempre um nível de conversação saudável,
proseando o mundo em suas diversidades de esplendor, encantamentos e alegrias.
Conforme
avançamos na idade, mais sábios vamos ficando, inclusive, pelas prosas
descontraídas e é uma das maiores dádivas vivermos o suficiente para ter
cabelos grisalhos, mas com os risos da juventude gravados para sempre em sulcos
profundos do rosto.
Muitas são
as pessoas que não riram e se foram antes de seus cabelos ficarem prateados. E,
enquanto vivermos, não devemos nos aprisionar e nem nos atermos tanto a
questionamentos e lamentações sobre o que poderíamos ter sido, ou nos
preocuparmos com o que ainda seremos.
Quem
proseia, distante de fofocas e maledicências, sem a preocupação e a arrogância
de julgar os outros, sabe bem o benefício que isso traz e que, sem dúvida, é
uma das maiores opções para uma alma livre e feliz.
Autoria: Antenor Rosalino
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