quarta-feira, 23 de dezembro de 2015
É NATAL!
Um meteoro cadente
Enfeita o clarão da noite
As flores noturnas balançam
Afugentando os açoites.
Os corações palpitam em alegria
Vislumbrando o esplendor
Da lua afagando a noite
No Natal do puro amor!
As luzes insurgem matizes
Enquanto as almas uníssonas
Recebem bênçãos divinas
Pela leda madrugada.
O sol se faz eclipse
Vagante pelo espaço
Postergando o apocalipse
Na sublime íris do prado.
* * * *
Merry Christmas to all!
Buon Natale a tutti!
Feliz Natal a todos!...
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
domingo, 29 de novembro de 2015
AMIZADE TRANSCENDENTAL
Reporto-me
aqui, como ilustração, a um fato curioso ocorrido na minha própria casa há
algumas décadas. Meus dois filhos estavam brincando, mas, de repente, se
desentenderam de tal forma que tive de agir de modo enérgico. Pedi a ambos, então, que ficassem de joelhos
num determinado lugar da casa, obviamente, por apenas alguns minutos. Acontece,
porém, que, um coleguinha deles que veio também brincar em casa e presenciou a
cena, imediatamente, após a minha ordem, dirigiu-se a mim de forma resoluta e
foi logo dizendo: “Se eles ficarem de castigo me deixa ficar também”. Ora,
imaginem a imagem que os pais daquela criança teriam de mim, ao ver o filho
sendo castigado na minha própria casa. Não consegui suportar o desejo de dar
uma boa gargalhada... Assim o fiz, e todo aquele clima indesejável acabou se
tornando motivo de sobejante alegria.
Com base
nesse exemplo, dentro da minha humilde compreensão, fico a imaginar o quanto
significa a felicidade de podermos contar com alguém que se preocupa conosco,
que se posiciona sempre a nosso favor na alegria e na tristeza, que anda, corre
e acompanha nossa jornada.
Muitos
são aqueles que se dizem amigos, mas, na verdade, poucos são aqueles que
podemos considerar na concepção da palavra.
O que é
notório nos dias atuais é o incrível aumento dos relacionamentos virtuais.
Evidentemente, todo e qualquer relacionamento, quando salutar, é bem–vindo, mas
este não substitui a proximidade física. Soma-se a isso, o fato de que, apesar
de podermos também estar presentes à distância, metafisicamente, trazendo a
pessoa querida dentro do coração, o distanciamento faz com que fiquemos bem
mais sujeitos a sermos enganados. Definir uma boa amizade, com quem vamos
caminhar junto, rir e chorar, suportar adversidades e continuar com amizade
inquebrantável sugere presença física.
Não estou
dizendo, com isso, ser esta a única forma de pensar a amizade, nem tampouco
insinuando que possa existir uma receita para que tudo dê certo. Apenas aponto
um pensamento, por ter me lembrando do caso do garotinho que, em sua atitude
pueril, naquela ocasião me fez rir e hoje faz com que brotem lágrimas dos meus
olhos por saber que, na hora da angústia, o amigo de verdade se torna um irmão.
Aiutoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
sexta-feira, 13 de novembro de 2015
SUPERAÇÃO
Nos dias calmos e breves,
Não busco respostas para as emoções
aflitivas
Comumente causadas pelas dores
Que se afiguram infindáveis
Quando das perdas de entes queridos.
Com o coração inerme
E despojado de angústias,
Busco lenitivo na certeza
De que o amor que dediquei
Foi mais profundo do que a dor da perda.
Assim, no meu caminhar, por vezes, soturno,
Concluo que o amor dedicado
Não pode ser superado por sentimentos
tristes.
O pranto dos meus olhos nunca foi o desejo
Das pessoas queridas que me esperam,
Em regozijo, do outro lado da vida!
Rompendo o silêncio das amarguras,
Convenço-me, a cada instante,
De que minhas atitudes não foram indignas,
E absorvo as perdas com naturalidade,
Anàlogamente às flores que denotam nostalgia
No dia que se esvai, mas reflorescem
veludíneas
E perfumadas no amanhecer que se enuncia.
Autoria: Antenor Rosalino
Imgem da internet
terça-feira, 10 de novembro de 2015
ESTRELA-GUIA
Uma estrela me ilumina
No fulgor azul do céu.
Junto a ela vou seguindo
Minhas venturas ao léu,
Sempre buscando as centelhas
Dessa luz em carrossel!
Girândolas fulgurantes,
Multicores a bailar
Na amplidão dos meus amores
Numa rota a se avultar.
Torno-me então arremedo
De poeta sublimar.
Majestosa e suntuosa
Pérola do meu deserto!
Feiticeira das alturas
Que em meu peito sempre aberto
Impulsiona os passos meus
E meu olhar entreaberto.
Unidos em paz eterna
Sejamos sempre os arautos
Das preces humanitárias
Que se elevam sem incautos
Ao curso estelar supremo
Onde o amor viceja em lautos.
Irei subindo os degraus
Desta envolvente escultura
Miragem que faz de mim
Um aventureiro de alturas
Poetizando o lirismo
De diferentes culturas.
Bela estrela que me guia
Cintila o teu rico aspecto
Pela terra calcinada
Que só impacta o circunspecto
Sem nexo da humanidade
Entre o côncavo e o convexo.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
domingo, 1 de novembro de 2015
O FIM
Ela sempre estava ali, a elegante e bela
senhora Isaura, apesar das rugas ostensivas dos seus quase noventa anos de
vida, no mesmo banco da pequena praça, na hora sacra e solene do crepúsculo
vespertino.
Era a mais antiga moradora do bairro. Teve uma
infância sofrível, pois perdera os pais num acidente automobilístico quando
contava apenas quatro anos de idade. Sendo filha única, a partir de então,
passou a ser criada pela avó materna.
Isaura
Ingrid, esse era o seu nome. Desde criança parecia viver absorta num mundo só
dela e nunca desejou casar-se. Foi aconselhada a internar-se num convento, mas
descobriu que,apesar de sua costumeira introspecção, não tinha essa vocação
religiosa.
Com
a morte da avó, passou a contar apenas com as visitas diárias e alongadas de
uma tia. Foi professora do ensino médio até aposentar-se, quando então, passou
a fazer serviços voluntários em algumas instituições filantrópicas.
Assim vivia dona Isaura Ingrid: não media
esforços para levar solidariedade e dar aconselhamentos às pessoas, sejam elas
quem fossem. Não tinha qualquer preconceito sobre religiões, sociabilidade ou
raça de quem quer que seja.
Chegava sempre alegre e, lentamente,
aconchegava-se ao seu lugar favorito da praça, trazendo indizível ternura no
olhar!
O seu lugar preferido era sempre o mesmo,
debaixo de frondosa árvore circundada por belos canteiros de floridos
roseirais, onde havia também um pequeno espaço deserto coberto de areia, dando
um perfil exótico e de certa solidão, em meio ao cenário festivo dos
acrobáticos passarinhos e das flores e arvoredos.
Ali se mantinha dona Isaura, desde o arrebol
até o sol ajoelhar-se no horizonte, dando adeus a mais um dia.
Frequentemente, pessoas de várias idades e de
todos os níveis sociais lhe dirigiam a palavra e ela correspondia com esmero e
invulgar cordialidade; e seu olhar parecia perder-se ora no infinito, ora na
simplicidade natural do lugar. Era mesmo ali o local que escolhera para
contatar-se com as pessoas, apreciar o romantismo crepuscular e, também,
aprofundar-se em meditações da mais sublime introspecção.
Certo dia, porém, aquela senhora de olhar
claro e sorriso fácil, estranhamente, ficou pouco tempo no seu lugar habitual.
Após olhar docemente em tudo ao seu redor, fixou os olhos mais intensa e
profundamente no pequeno espaço vazio de areia que a circundava e, como a
pressentir algo triste em sua vida, decidiu ir para casa, alegando não estar
sentindo-se muito bem e deixando transparecer comovente tristeza na palidez do
semblante. Em vista da situação
desfavorável, uma das frequentadoras do jardim a acompanhou até sua casa.
Após a saída de dona Isaura, o movimento
corriqueiro do local não permaneceu o mesmo. Os sorrisos dos frequentadores
perderam o brilho, silenciou-se o cantar festivo dos passarinhos e até as
flores pareciam ter perdido, cada qual, o seu viço.
No dia seguinte, quando a natureza iniciava o
seu rito crepuscular, a cidade tomou conhecimento do falecimento da bondosa
senhora.
Naquele dia nefasto, quando as últimas lanças
coloridas do sol despediam-se da terra, no mesmo horário em que dona Isaura
sempre se postava para o seu rito dial, apareceu misteriosamente no canteiro de
areia, bem próximo ao banco onde ela costumeiramente ficava, uma linda rosa
púrpura, como se tivesse sido colocada por alguém em homenagem póstuma àquela
que tantos exemplos de humildade e sentimentos solidários havia deixado.
Nada mais havia sobre a areia que fazia
lembrar dunas desertas e tristes.
Apenas
a rosa carmesim, esquecida e postergada, ali ficou sendo beijada pelo vento até
seu perfume esvair-se na mesma proporção em que seus folíolos murchavam e
morriam no melancólico final do crepúsculo, em que a bondosa senhora no dia
anterior prenunciava o seu fim.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
terça-feira, 20 de outubro de 2015
AMARRAS ESTELARES
Meu intento é embalar-te
Amarrando-te em estrelas
Para ver teu lindo olhar
Revigorar o Universo
Em todas as sutilezas.
E tu não te perderás
No encanto celestial
Onde vive as ilusões
- Da planície em verdes ramos -
Dos teus castelos de sonhos!
As auroras brilharão
Quando, então, desprenderei
Teus laços das estrelas,
Para amarrar-te também
Neste sol dos dias meus.
Nos finais de cada rua
Verei ramos orvalhados
E flores cintilantes
Trazendo sua miragem
Distraída em diamantes.
Autoria: Antenor Rosalino
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domingo, 27 de setembro de 2015
MINHA CIDADE
Araçatuba é minha cidade. Aqui nasci, mais
precisamente, na Vila Mendonça – área quase central -, mas, naquela época,
ainda empoeirada sem o asfalto a cobrir todas as suas largas ruas.
As lembranças são vívidas do quintal
arborizado de minha casa, da vizinha
amiga, dos colegas e das travessuras tão hilárias e inocentes a se confundir
com as próprias lendas infantis que, ainda hoje, permeiam a minha memória.
Já vai longe o tempo em que passavam, por
minha rua, procissões iluminadas. Os santos e santos em seus andores carregados
por fervorosos e denodados fiéis, pareciam estar, verdadeiramente, presentes,
levitando em magia para o céu estrelado em noites de plenilúnio.
Quantas saudades da capelinha, hoje, Igreja
“Bom Jesus da Lapa”, contrapondo-se, naquela época, aos carnavais que
emocionavam, não pelo luxo e riqueza, embora houvesse algum glamour, mas pela
espontaneidade, alegria e criatividade dos foliões.
Assim como cresci, minha cidade também
cresceu, mas ainda trago nas vísceras os horizontes fecundos deste solo
abençoado, berço de saborosos araçás, frutas das plantas mirtáceas, genuínas da
América, que originou o nome Araçatuba, cidade indicada para promissores
investimentos e que se agiganta com a exuberância de seus arranha-céus sob a
luz dial do seu sol fulgurante e em suas noites de esplendor à luz de estrelas
rútilas.
As matas virgens de outrora, habitat de
acrobáticos passarinhos multicores e as tribos de índios Caingangues, deram
lugar às plantações cafeeiras e ao desbravamento, trazendo os primeiros sinais
do progresso que se alojou.
Muitos são os motivos para orgulhar-me deste
rincão onde nasci: Araçatuba foi ponto de concentração da tropa noroestina do
Movimento Constitucionalista.
Liderou
com galhardia a plantação nacional algodoeira, tendo ostentado também em seu
leito aquiescente, as plantações canavieiras e a pecuária alvissareira, razão
pela qual, foi lhe atribuído o cognome de “Terra do Boi Gordo”. Foi também
cognominada “Cidade do Asfalto”, por ter sido a pioneira em todo o interior
paulista a usufruir do benefício do asfalto, tão essencial em nossas vidas.
Fulgura assim, decantada essa terra
abençoada, que se desponta, inclusive, nas artes, principalmente através de
seus grandes literatos, poetas e músicos.
Por aqui, as árvores em suas avenidas
espraiadas balançam, e, dos arvoredos, caem pétalas no chão, reluzindo
encantamentos ao pôr do sol no verão.
Autoria: Antenor Rosalino
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sábado, 19 de setembro de 2015
É TEMPO DE ESPERANÇA
Os meus olhos são janelas abertas
A clarear cantos escuros,
Buscando colorir o mundo em frestas
De aquarelas vivazes pelos caminhos mais puros!
Visualizo flores e passarinhos
Cruzando os pontos cardeais
Quando, na calmaria das ruas sem desalinho,
Sinto no âmago dissipar da vida os seus ais.
É tempo de esperança e de repensar...
E nesse tempo eu me encontro
Com o ardor benfazejo de condensar
Um porvir de amor, dstante dos desencontros.
Mesmo voejando por mundos errantes,
Aninha-se o ardor da fé no porvir,
Como flor que renasce na mente pensante,
Norteando-nos sempre para o devir.
Esculpido em magia pela fé eterna
No Criador, e polinizando antevisões,
Visualizo a vida sempiterna
De inventos fantásticos e régias missões.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
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domingo, 13 de setembro de 2015
OS FILÓSOFOS
As mutações
circunscrevem nossas vidas,
Assim como as
hipóteses povoam lancinantes
As mentes dos
filósofos em suas dialéticas
De busca
pelas verdades intrigantes.
A semântica
pura e a precisão exata do saber
Às vezes são
ilusórias, e a certeza plena do presente
Sempre se
afigura incerta no amanhã,
Provocando
inovações e sonhos diferentes.
A filosofia
renasce, então, a cada dia, evocando luzes,
Como a poesia
do alvor nas manhãs ensolaradas,
Deixando no
ar interrogações que se redesenham
Nas mentes
buscadoras da precisão acalorada.
Em seu estro
lastro e abnegado,
Os filósofos,
incansáveis, conquistam o mundo,
Como fizeram
os pitagóricos, estóicos, epicuristas...
E sobrevivem
permeando hipóteses em magnetos fecundos.
Quando a
filosofia é vazia, o homem se perde
Descrente do
progresso espiritual latente
E os
mistérios se avultam entorpecidos,
Deixando a
vida ignóbil e todos os sonhos cadentes.
Autoria: Antenor Rosalino
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sexta-feira, 4 de setembro de 2015
O OBSCENO NA LITERATURA
Nos dias atuais, não são raras as vezes em
que lemos textos de vários gêneros, em que o autor utiliza termos pejorativos,
num acintoso incentivo à obscenidade. Evidentemente,
a liberdade de expressão é algo extremamente relevante
e necessita ser preservada tanto quanto a correta escrita das palavras, mas é
notória a imensa dimensão desta tendência literária que se avulta sempre mais.
A educação sexual deve ser iniciada em tempo
hábil, com base nos preceitos divinos da procriação e na prática do sexo
salutar e seguro entre pessoas afins, devendo ser visto como algo natural
dentro dos ditames da respeitabilidade que é de fundamental importância para
que haja confiança e o contato seja prazeroso para o casal.
Entretanto, a maneira pela qual são feitas
muitas alusões sobre sexo, estas não instruem, e trazem apenas desvãos de
péssimo gosto, denotando imaturidade de quem escreve, falta de respeito humano
e até mesmo, por trás do contexto, certa carência afetiva camuflada em tons de
deboche.
Aparentemente, os maus exemplos disseminados
impregnam muito rapidamente na visão e mente dos jovens, formando uma corrente
sombria e paralisante para o futuro. É tempo, portanto, de se fazer uma pausa
para reflexões mais aprofundadas neste sentido. Não devemos banalizar algo
imanente da natureza humana e para cujo fim fomos criados.
É notório, em muitos casos, o autor fazer
gracejos neste sentido, visando se tornar simpático e engraçado, e como estes
assuntos sempre causam curiosidades, principalmente aos menos experientes, são
intensificadas as insistências e o escritor que deveria deixar exemplos para a
posteridade acaba por disseminar frivolidades, deturpando a Língua Pátria,
desconsiderando o fato de que, a ele, escritor, cabe, fundamentalmente, a
expressividade dos sentimentos do povo em suas reflexões sobre si mesmo e o
mundo, para a construção, sob todos os ângulos, de um viver harmônico, com a
mente liberta das paixões deploráveis e inconseqüentes.
Não sou contrário a tais palavreados, desde
que usados na medida certa e em momentos oportunos, mas tenho observado a
utilização de tais vocábulos com exagerada freqüência e, sobretudo, de forma
totalmente desprovida de nexo, sem qualquer fundamento ou razão de ser
exteriorizados. Tais autores haverão de perceber, cedo ou tarde, de que a
frivolidade só cativa espíritos levianos e este não é o melhor uso que poderão
fazer de suas tendências literárias para que as mesmas perpetuem glorificadas
na mente dos leitores como as obras imortais dos grandes sábios.
Autoria: Antenor Rosalino
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segunda-feira, 24 de agosto de 2015
SONHOS POÉTICOS
Percorro o horizonte com olhar perscrutador
Detendo-me, vez por outra, na arquitetura
Que se desenha fulgurante trazendo o rito natural
Das paisagens, dos uivos brandos do vento,
Do murmurar das ondas beijando os rochedos...
As fantasias percorrem meus sonhos
E as imagens são fantasias em mim.
Buscando minha essência em abandono
Como imagens que se emergem
Das profundezas de lagos azuis!
Um grito se esvai no silêncio
Em meio a rosários de melodias
Volvo os olhos para o céu
E vejo anjos em cânticos louvando a Ave Maria!
Os dias correm silentes na brevidade das horas
E vou vencendo o silêncio e o amargor da solidão
No secreto mundo platônico de imagens e ideias
Liberto da terra tristonha e poluída
Vicejando em sonhos profundos
O descortinar do amor em laivos de poesia.
Autoria: Antenor Rosalino
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sábado, 15 de agosto de 2015
LÁGRIMAS DE POETISA
Uma amizade nascia
Singela como uma flor!
Trazendo perfis de encanto
Até mesmo em meio à dor:
O poeta e a poetisa
Em premissas de fulgor!
Na clara noite hibernal
Amoráveis corações
Palpitavam lancinantes
Por caminhos de emoções
Cada qual com seus delírios
De sonhos em profusões.
A poetisa em segredos,
Lendo escritos do amigo,
Surpreendida, chorou
Por sabê-lo emudecido
Ante uma grave doença
Que o faria entristecido.
Pelo rosto angelical
Lágrimas puras fluíam
E ao saber do sentimento
Tão profundo que os nutriam
O poeta em seu recato
Pressentiu o que os uniam.
O poeta e a poetisa
Em uníssono amargor
Descobriram desde então,
Com o mais profundo ardor,
Seus pensamentos unidos
Na alegria e na dor.
Pelo olhar do dia claro
A poesia latente
Vencendo abissos e mares
Fez-se súplice, envolvente,
E ambos deram as mãos
Buscando os risos ausentes.
Autoria: Antenor Rosalino
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quarta-feira, 5 de agosto de 2015
O RENASCER DA POESIA
Na calentura do sol
Ou nos ventos
hibernais,
A poesia latente
Renasce em tons
divinais
A perscrutar as
lembranças
Nos momentos
soturnais.
Lapidando
sentimentos,
As emoções,
lentamente,
Acompanham o ébrio
rito
Da natureza fremente
De lindos sonhos
risonhos
A encantar-me,
caliente.
Absorvo em meus
pensamentos
A imensidão do
deserto,
O qual percorro sem
jeito
Buscando elevar meu
estro
No esplendor das
madrugadas
Entre os caminhos que
adestro.
A minha oração se eleva
Quando, fitando a amplidão,
Os meus olhos se
embriagam
Da mais límpida
emoção.
Tudo então ganha
sentido
No lastro da
inspiração!
Nos braços da
natureza
Meu coração em
compassos
Segue o ritmo
ordenado
Dos meus sempre
firmes passos.
Sigo o caminho
traçado
Ultrapassando obstáculos.
A distância, muitas
vezes,
Torna-se sempre mais
leve
Quando em silêncio
mergulho
Na calmaria tão breve
Da poesia que nasce
E adormece ultraleve.
Autoria: Antenor Rosalino
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