segunda-feira, 24 de outubro de 2022

SONETO DAS ROSAS

          

   

Nos mais longínquos rincões

E nos mais belos jardins

Desabrocham lindas rosas

Inocentes sobre o chão.

 

Debruçando os seus encantos,

Avulta intensas alegrias

Exalando o seu perfume

E enfeitando os nossos dias.

 

Quando assim, formosa e bela,

É aviltado o seu encanto:

Espelho da vida!

 

 Maculado o seu fetiche,

 Cai por terra num suspiro

 Deixando a vida mais triste.

 

              Antenor Rosalino

 


domingo, 9 de outubro de 2022

ABISMO



Desfaço os laços dos subterfúgios

e da indiferença. Não busco, porém,

em outros céus, a paz sonhada

e renegada!.


Não mais questiono.

Meus lábios emudeceram!

Meu lenitivo é o ar que respiro

e a doce esperança na eternidade

que me cerca,  se avizinha...


Não sinto o sol abrasar-me,

nem vejo a brisa tremer!

Os meus olhos pranteados,

não me deixam enxergar

o luar rasgando o céu

e estrelas cintilar!


Sigo apenas meu caminho

entre atalhos e espinhos,

sem jamais me hesitar

ou querer me retratar.


Quando um dia nessa trilha

minhas forças fraquejarem,

e meu corpo serpeante

pouco a pouco definhar...


Pedirei com indulgência

A quem por desdita trilhar

esse caminho de enfado

e deparar de repente,

com algo vil sobre o chão:

Pisa de leve, sim?

 Pode ser meu coração.


          Antenor Rosalino