domingo, 19 de dezembro de 2021

É NATAL

       


 

Um meteoro cadente

Enfeita o clarão da noite.

            As flores noturnas balançam

            Afugentando os açoites.

 

            Os corações palpitam alegremente

            Vislumbrando o esplendor

            Da lua afagando a noite

            No Natal do puro amor!

 

            As luzes insurgem matizes

           Enquanto as almas uníssonas

            Recebem bênçãos divinas

            Pela leda madrugada.

 

            O sol se faz eclipse

            No espaço sideral

            Postergando o apocalipse

            Na sublime íris do prado.

           

                            Antenor Rosalino 

domingo, 5 de dezembro de 2021

VAZIOS DA ALMA

                  


                Busco preencher meus espaços vazios

                Distraindo o tempo com meu silêncio.

                E quando me dou conta

                Vejo a tristeza estampada em minha retina.

 

                As palavras não expressam o meu sentir.

                Ficam melancólicas, retidas na minha garganta

                Como a desejar trazer nuanças de mau agouro

                Em lacunas de profunda solidão.

 

                Sinto ventos contrários devorando sombras.

                Tudo emudece. Não há poesia...

                 As venturas dos instantes se ofuscam.

 

                O coração clama pelo perfume do leito

                Nas noites escuras de páginas tempestuosas

                E obscurecem, também, as arestas da minha alma.

 

                    

                                                     Antenor Rosalino

 

 

segunda-feira, 22 de novembro de 2021

ANOITECER

 

                                 
 

 

      O sublime encantamento que prenuncia a noite bela

                             Traz um quê de serenidade e alegria transmitindo

                             Uníssono pulsar ao coração com o perfeccionismo

                             Da mais alta poesia da natureza.

 

                             As trevas se desfazem enquanto o sol se ajoelha,

                            Mansamente, em reverência no infinito alado.

                            Aproxima-se o plenilúnio trazendo laivos de poesia

                            Que deságuam na alma como versos desmembrados.

 

                             Tudo então ganha sentido em terna calmaria

                             Num apogeu de paz em que os olhares se inebriam

                             Como íris da divindade permeando

                             A razão única de nostálgicos pensares.

 

                             Em tons de suave melancolia e glória

                             Num repuxo estelar supremo

                             A lembrança crepuscular permanece tácita

                             Como lendas da infância que se perpetuam na memória.


                             A poesia fulgura dentro do encanto da noite do sonho.

                             É como se chuva de estrelas caísse do céu,

                             Distraindo a parte triste do mundo

                             E as auguras nefastas de abandonados mausoléus.

 

 

 Antenor Rosalino

 

                                 

domingo, 7 de novembro de 2021

O PRANTO DE UM ASTRO

 


      

    Nasce de um ventre sublime e incognocível

   Em meio a incandescentes raios que brilham

   Sob os tentáculos das mais altas magnitudes

 

   Majestosa criação no infinito insurge como pêndulo

   No vai e vem do espaço sideral

   E contemplo a sua criação que orna os sete céus.

 

   Gerador de mistérios há anos luz

   Vê chegar também a sua finitude

   Além do azul e do ofuscante véu.

 

   A vida se definha e a fulgência se esvai

   Morrendo e chorando derrama cálidas lavas

   Das dores lancinantes por sua vida findando.


   No fim do ciclo risca o glamour do céu

   E assim se perde na amplidão

   Num arrastar infindo de mistérios ao léu.


                          Antenor Rosalino

   

 

  

  


   

sexta-feira, 22 de outubro de 2021

O FLORESCER DA PRIMAVERA

             

     

 

O prenúncio da estação primaveril

Eflui com perfis de alegria num encanto

Que derrama na alma primícias de um porvir

Distante de lancinantes angústias.

 

O arrulhar dos passarinhos em vôos e

Acrobáticas magias desfralda a estação das

Flores sob um céu de radiante esplendor.

 

Vem-me à mente, nesse momento supremo

  - como um milagre de Deus -

  A consciência das saudades que transcendem

  Alargando horizontes para o valor da existência.

 

  E em silenciosa calmaria que abranda a alma,

  Suspiro saudades insones,

  Em meio à primavera que floresce.

 

  A observância do circunspecto

  Aviva nos olhos as cores primaveris.

  Prenuncia-se assim o arrebol escarlate

  Que afugenta os vazios de sombra

  Do meu olhar carmesim.

 

                                 Antenor Rosalino

 

 


quinta-feira, 7 de outubro de 2021

LEMBRANÇAS DA INFÂNCIA


                      

 Os horizontes se abrem nos tempos da infância

  E tudo se reveste de indizível graciosidade

  Coroando os eventos da existência em festivais.

 

  A luz do arco-íris, o fascínio embriagador do

  Crepúsculo, o bálsamo das flores, o encanto do

  Azul do céu com os pássaros a enevoar e as

  Noites estreladas glorificam ainda mais as

  Nuances da inocência que o tempo afugenta

  No despontar de cada sol.

 

  Hoje, enquanto a mesma poesia da natureza

  Acontece, vem-me apenas uma lágrima de dor

  Perscrutando a atmosfera soturna.

 

  No vale fecundo as lembranças se avultam do

  Bebê a subir nos braços da mãe, e quando crescido

  A correr livre pelo quintal liberto ou em

  Planícies verdejantes sob um sol de esplendor,

  Distante da realidade taciturna que o tempo veloz

  E sorrateiro traz na maturidade num arrastar

  Apenas de recordações guiadas pela emoção

  À luz pura da aurora que ainda emociona.

 

                                  Antenor Rosalino

 




domingo, 19 de setembro de 2021

EXORTAÇÃO AOS JOVENS

            

 


              A vida é breve e os dias são belos!

             Na brevidade imutável da colorida fluência

             de tão belos dias vivam intensamente cada momento,

             cada despertar de um pensamento límpido, elevando

             seus olhos inquietos e buscadores para as alturas,

             como o desabrochar das flores inocentes e

             o primaverar dos passarinhos buscando os céus!


             Deixem o pulsar de seus corações fremir

             em emoção e contentamento na crescente esperança

             de revestir os seus sonhos com gotas de sabedoria,

             afugentando a fúria de paixões deploráveis e, assim,

             com etéreos sentimentos guiando os seus passos,

             possam construir o futuro dos seus sonhos em algo

             mais duradouro do que a própria vida.  


                                         Antenor Rosalino

                                            


sábado, 4 de setembro de 2021

ALVORADA



        O amor renasce a cada dia

        No eflúvio encantador

        do risonho amanhecer.

 

        A fragrância de cada flor

        Acaricia a terra, turbas e falésias

        Em fulgurante esplendor.

 

        Meu coração radiante,

        Rejuvenesce o pulsar

        Em uníssona sincronia

        Com os pássaros a enevoar.

 

        Fitando estrelas matutinas

        Vejo a vida se espelhar

        Em cada pétala em flor,

        No fascínio de cada olhar!

 

        A última estrela se esconde

        Por trás dos raios de sol,

        E nova magia acontece

        Quando pousam sobre o mar.

 

 

                  Antenor Rosalino

 

sábado, 21 de agosto de 2021

O ARCO-IRIS

 

                                            

          

                       

                           Descortina-se o arco-íris!

                           Dissipam-se as ágmas.

                           No esplendor dos matizes,

                           Murcham-se as lágrimas.

 

                           Arco celeste, arco da aliança!

                           É também arco da chuva...

                           Reluzente esperança

                           Das alcovas da turba.

 

                           Emanando suas cores

                           Em cenários diversivos,

                           Reacendem-se os fulgores

                           Há tanto, empedernidos.

 

                            Abrem-se os sorrisos!

                            Esvoaça-se a passarada...

                            Aguçando-se os viços

                            Da cidade engalanada.

 

                            A paz assim tão presente

                            Na calmaria do dia,

                            Devolve a lira plangente

                            À inflexão que enuncia.

 

                            Quando nesses momentos

                            O mundo sorri feliz,

                            Unem-se os pensamentos

                            Do modo que eu sempre quis.

 

                            Nesse dia ganho um sonho...

                            Esqueço a sorte perdida.

                            Não há suspiro enfadonho.

                            Respiro a paz mais querida.

 

                            As borboletas ao vento

                            Ganham cores de opalas,

                            Enquanto nesse acalento

                            Nas gólgotas a dor se cala.


 

                                                   Antenor Rosalino

quarta-feira, 4 de agosto de 2021

PRISMA POÉTICO


                   

   


                Decidi fazer um poema. Sim, um poema diferente,

                inesquecível, que trouxesse nas entrelinhas, inefável

                alegria para as multidões esquecidas!

 

                Busquei em terras distantes a inspiração almejada

                para o meu versejar desejado e formatado

                livremente com um quê tão emotivo que pudesse

                transmitir encanto a todo sentir lancinante.

 

                De repente... pressenti, no crepúsculo do entardecer,

                que a poesia se espreita não tão longe, mas bem

                perto. Não se oculta em riquezas transitórias, mas

                sim, nas pequenas coisas, na ternura de um sorriso, no

                cantar cantar de rouxinóis...

 

                Minha pretensão momentânea de ser um poeta maior,

                buscando em distantes plagas o mais etéreo versar,

                foi apenas ledo engano..., pois nesta vida não há, um

                poema  mais perfeito que o próprio sol a brilhar,  na

                terra, no mar, nas fontes a cantar... e a brisa mansa

                afagar belas noites de luar!

 

                Mesmo as palavras mais lindas de enamorados

                eternos, não são ditas pelos lábios, as quais, voam

                como as falenas, mas sim, pelo doce encanto

                de olhares meigos, serenos...

 

                Agora no silêncio do meu pequeno quintal em festa, os

                poemas fazem ninho no meu coração liberto!

 

 

                                           Antenor Rosalino

sábado, 17 de julho de 2021

FASCÍNIO

 

                

                    Na quietude da casa, além das cortinas inquietas,

                     o pequeno quintal liberto acolhe o meu coração,

                     enquanto a mente divaga formatando poesia

                                   com pedaços de verdade!

 

               O vento guia os meus sonhos e como é doce sonhar

                     quando a pura poesia suaviza as breves horas

                                      no fluir de belos dias!

 

                      Vejo agora ao meu redor o meu sonho colorir

                          com a chegada festiva de um gentil colibri,

                     em silenciosa acrobacia junto às suspensas flores

                                       do alpendre de balizas.

 

                         De repente o colibri, num momento de magia,

                        paira no ar junto à flor, beijando-a ternamente!

                        Sem recusar as carícias retribui-lhe a flor bela,

                       desfrutando o colibri do seu beijo e do seu néctar.

 

                    Um vento frio, no entanto, vagamente rouba o encanto

                             levando o pequeno pássaro a outros céus,

                          deixando a florzinha triste, timidamente ao léu.

 

                       Deixo também o acalanto da varanda entre matizes,

                          e meu pensamento devolve a realidade esquecida.

                             

                                                        Antenor Rosalino