Com o pensamento envolto
pela bruma invisível da virtude,
da ética e da filosofia moral,
fundamentou sua existência
no memorável lema:
“conhece-te a ti mesmo!”
A
pureza de sua alma liberta,
desconhecia preconceitos ignóbeis:
dialogava com pobres, ricos, mulheres,
escravos... Daí a razão de ser taxado
pelos detentores do poder:
“perversor da juventude”;
custando-lhe
isso,
o
holocausto da própria vida.
Buscava ao raiar de cada dia,
o
aprimoramento da virtude...
Viveu com humildade,
notadamente reconhecida
em sua imorredoura frase:
“Tudo o que sei é que nada sei!”
Nada deixou escrito...
Talvez, em sua sapiência,
desejasse trazer à luz que,
mais do que as letras,
os atos e os exemplos ficam.
Perece, assim, o grande sábio:
serenamente, sem recusar a taça
do amargo e cruel veneno;
mas seu exemplo de vida e sua doutrina
ficarão como obra imortal
na galeria dos eternos,
que o tempo jamais ruirá.
Antenor
Rosalino