Nos meus sonhos pueris
Desejei fazer um poema.
Um poema diferenciado,
Que pudesse trazer encantamento,
Esperança e alegria para as multidões
Dos rincões mais esquecidos.
Transcendi ilusões entre mudanças
No compasso de noites insones.
Busquei em terras distantes
A percepção dos grandes poetas líricos
Para elaborar os meus versos
Com o perfeccionismo dos parnasianos.
O meu pensamento voejou em sonhos
Em busca da inspiração desejada...
Mas uma voz, porém, se fez ouvir:
Era a voz do coração, asseverando-me
Suave e delicadamente, que a poesia faz
ninho
Nos remansos e calmaria do meu próprio
coração.
Despertei-me, então, para sentir o uivo
dos ventos
Soprando o frescor das alvoradas.
Encantei-me ao ver os campos cobertos de
trigais
E vagueio agora por vielas, becos e ruas...
Deixando minha alma flutuar no infinito
Deito os meus sonhos aos pés da lua.
Antenor
Rosalino