domingo, 28 de julho de 2019

PRIMÓRDIOS DAS ACADEMIAS DE LETRAS


                     

                                                            



    É curioso saber que a origem do nome “Academia”, na antiguidade, nada tinha a ver com o mundo literário. Esse nome é derivado de Academos, ou Hecademos, que foi um grande herói da Àtica, na Grécia antiga.  
   Conforme diz a lenda, uma bela jovem, chamada Helena, foi raptada de forma muito hábil e sorrateira. Toda a comunidade onde ela morava mobilizou-se, então, no afã de encontrá-la.  Procuraram-na, em vão, por todas as partes, e quando todos já pensavam em desistir das buscas surgiu, repentinamente, a figura de Academo, que se prontificou a ajudar nas  buscas.
  Não demorou muito para que o herói a encontrasse num parque ajardinado, onde ele a resgatou com vida. Academo, que já havia se tornado herói por outros grandes feitos, tornou-se ainda mais famoso após o resgate. Para homenageá-lo, o local passou a chamar-se Academia.
  Depois de algum tempo, o imortal filósofo Platão, que comumente se reunia com seus discípulos naquele parque, ou jardim, resolveu comprar um terreno muito próximo à Academia, e ali fundou uma organização cultural para melhor se concentrar em estudos com os discípulos e buscar a compreensão última  do mundo.
  Platão também decidiu denominar a escola de Academia, a qual passou a ser conhecida como a “Academia de Platão”. Esse foi o primeiro centro cultural do mundo, chamado Academia, fundada por volta do ano 385 a.C., e se manteve por vários séculos.
Com o passar do tempo, as academias passaram a ser edificadas pelo mundo afora, com o intuito de propagar literatura e mantê-las no mais elevado grau da arte humana, com ênfase para que o idioma de cada país pudesse  melhor ser  cultivado.
  No Brasil, a primeira academia surgiu em Salvador, na Bahia, em 1724, e se chamava Academia Brasílica dos Esquecidos. A palavra “esquecidos” foi uma forma que os autores encontraram para protestar pela falta de maior apoio das autoridades. Essa academia foi extinta, justamente, por falta desse apoio financeiro por parte do governo. Entretanto ressurgiu, decantada no período da  Renascença, em outros locais, principalmente no Rio de Janeiro, onde permanece até os nossos dias atuais, fazendo com que a escrita se perpetue revestindo a literatura com  radiância e arte.


                                                        Antenor Rosalino



sexta-feira, 19 de julho de 2019

ALÉM DO CIRCUNSPECTO



                   

    Um cinza sombrio reveste a tarde.
     Elevo o pensamento ao céu 
     E não me importo com o circunstancial
     Feito de dores, prazeres e sonhos ao léu.

     Distante das sensações do mundo 
     Sinto,  apenas, o vento alcatroado
     Trazendo agudas reminiscências 
     Dos instantes felizes, platônicos e adorados.

     Um transbordar de emoções 
     Aniquila pensamentos dúbios 
     E as idéias se revestem, num encanto,
     Da radiância das artes no meu refúgio.

     Busco, então, no lado mágico do mundo,
     Onde viajo por horizontes intensos,
     A poesia mais pura da vida 
     E suspiro, em lágrimas, minha ilusão sem fala.

                              Antenor Rosalino

quarta-feira, 10 de julho de 2019

MINHA HISTÓRIA



                           
   
                                           
                        
A calma exteriorização do meu sentir
delineado nas minhas letras pensantes,
traduz o que vai no relicário do meu silêncio,
onde a poesia, vez por outra,  constrói o seu
doce ninho,  e meu pensamento se eleva , 
como a buscar a unicidade da minha frágil e
transitória materialidade  com o meu ser
espiritual que vive  sua vida eterna.

Assim se faz a minha maior história.
Não posso negar os infindáveis lapsos que
comet voluntária e involuntariamente, nos
momentos de fragilidade da alma, mas conto
virtudes que me credenciaram a angariar
incontidas alegrias contrapondo-se ao vazio
que insiste em permear o meu âmago mais
profundo fazendo insurgir lágrimas  silenciosas
nas lacunas da minha solidão.

Nos momentos de instantâneas venturas,
esqueço as páginas tempestuosas do livro da
minha existência, para escrever minha história
genuína e pura nos meandros da minha quietude
e da poesia que me domina.


                                            Antenor Rosalino

       




quarta-feira, 3 de julho de 2019

     
 

        Em partículas silenciosas
        Preencho momentos dúbios
        Que se refletem na mudez
        Característica da finitude.

         O dia cineréo e triste
         Redesenha o circunspecto em penumbras
         Imolando esperanças e venturas
         Que se ofuscam na tarde vazia.

         Elípses, palavras presas...
         Ouço um pranto que se aprofunda
         E acompanha a noite escura
         Como tão obscuro fica o meu coração.

         A poesia, porém, num átimo me reanima.
         Povoa minha alma de lirismo!
         Redivivo, sem mácula, sorrio
         E agradeço a Deus por mais um dia.


                       Antenor Rosalino