sábado, 29 de junho de 2013

CRISTINA – A foliã-margarida

          
 

      


A beleza hialina fulgura resplendente
No rosto vívido da jovem foliã,
Que se adentra na avenida
Em exuberante cadência,
Entre chuvas de confetes
E fulgores de estesia!

Travestida de margarida
- entre todas, a mais bela -,
Flameja o seu olhar
Inquieto nas falanges,
Como a guardar segredos
De um grande amor distante!

O balanço dos seus passos
Levitam no negro asfalto.
Seu gingado alucina,
E suas pétalas formosas
Formam cálices de luz,
Refletidos em seu olhar
Incólume a inebriar!...

Sob o frenesi dos aplausos
E ávidos olhares da multidão
Que se aglutina:
Passa Cristina
- a foliã margarida -,
Deixando suspiros de saudade
No aspergir das serpentinas!



Autoria:  Antenor Rosalino

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domingo, 23 de junho de 2013

AMOR ETERNO

                


                               
           
                                                                                
                                Revivo em sublimes sonhos,
                                A trajetória da nossa união, 
                                Feita de espinhos e flores,
                                Num misto de alegrias
                                E lágrimas de solidão!

                               As muralhas invisíveis, adversas
                               Do tempo veloz e incerto
                               Não conseguiram ceifar
                               A chama azul da esperança
                               Presente em nosso olhar!

                               Sonho lindo que supera
                               Soturnas realidades:
                               No alvor de cada dia
                               E sob a luz de estrelas rútilas
                               Mais aumenta essa verdade.

                               Surpreende-me a intensidade
                               Translúcida e serena
                               Desse amor eterno que emana
                               Nas noites onde os candelabros
                               Fagulham orquídeas que encantam!

                               Como andarilho dos sonhos teus,
                               Esboço lágrimas ardentes,
                               Peroladas pelo amor e a saudade
                               Num tempo infinito onde a espera
                               Tem sabor de noites estreladas.



                               Autoria:  Antenor Rosalino

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LAIVOS DE CRISTAIS

                     

                  

                      No fim da tarde,
                      Chuva fria, por pegadas,
                      Deixa gotas de cristais nos ramos
                      Que se debruçam em reverência,
                      Abraçando-as docemente!

                      A grama orvalhada reflete
                      Rutilantes cisalhas de prata,
                      Num eflúvio cálido de ternura,
                      Deixando corações enternecidos
                      E olhares maravilhados!

                      Pelas paineiras do vale,
                      A brisa passa leve e confusa
                      Com a voz sonora dos sinos
                      Que, soluçando versos cristãos,
                      Tremem na noite, arrancando melodias
                      Dos seios dos roseirais!

                      Magnetizam-se as cordas
                      Dos instrumentos da natureza!
                      O alvor silencioso da saudade e do fascínio
                      Descobre segredos, eletrizando miragens
                      Num rio de paz!


                      Autoria:  Antenor Rosalino e Maria Cristina Bonetti

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PENSANDO EM TI




Contemplo em sonhos azuis,
Mimosas flores campestres:
Róseas pétalas reluzentes
Sob o sol que vem do leste!

Dourados raios de luz
Banham olores de néctar!
Toda paz que há em mim,
Confunde-se em doce éter!

Nos céus soam trombetas
Dos anjos, arcanjos, querubins...
Vivas flores desabrocham
Saudando este amor sem fim!

Meu peito cheio de amores
Sente a vida ao te encontrar
Como a gota dos teus olhos
Que em meus olhos vem brilhar!

Num desafio ao tempo,
Esse amor tão diferente,
Faz de ti o doce prisma
Do meu sonho transcendente!

Meus pensamentos libertos
Voam pra junto de ti,
E encontro então teu sorriso,
Aberto só para mim!



Autoria:  Antenor Rosalino

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ABISMOS E ESPERANÇAS


 


Quando partires, querida,
As estrelas, os luares...
Nada irá me seduzir.
O meu olhar sempre em trevas
Não viverá os donaires
Da natureza festiva,
Dos multicores jardins!

Serei um astro cadente
Em abissais desconexos.
Um meteoro em declive
Cortando os ares em baila,
Sôfrego na amplidão,
entre suspiros sentidos,
Em dédalos de hiatos tristes!

Mas ao voltares, querida,
Com renovados valores,
Escreverei o teu nome
Em coroa de jasmins,
E no barco da esperança
Em verdes águas serenas,
Navegará nosso amor!



Autoria:  Antenor Rosalino

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sábado, 22 de junho de 2013

OUTONO



                            


Num doce encantamento,
Principia a estação outonal.
As sementes adormecidas
Desabrocham-se silenciosas
E se espalham pelos rincões
Em florescências caleidoscópicas!

No grande mistério da vida,
A abundância das colheitas se propaga:
Preliminarmente no hemisfério sul e,
A seguir, no hemisfério norte...

A estação dos frutos é dádiva divina
A suprir as necessidades dos víveres;
E com sentimento maior de gratidão,
Os seres sorriem felizes
Bendizendo o ciclo eterno
Da sabedoria do tempo!

No sagrado solo,
Um brilho diferente reluz em cada olhar...
E flores ocultas de gratidão
Rompendo abissais silêncios
Insurgem dos corações!



Autoria:  Antenor Rosalino

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segunda-feira, 17 de junho de 2013

SÚPLICA DE UM POETA



                           


                           Deixo no tempo as nuanças
                           Da minha ousadia poética:
                           Meus versos líricos e odes
                           Espelhando a minha alma em construtos
                           Que a ilusão apetece!

                            Busquei nas flores campestres,
                            Nos sorrisos inocentes,
                            No rito harmonioso da natureza
                            E nos amores transitórios e eternos,
                            A inspiração desejada
                            Para os meus versos etéreos!

                            Na brevidade do tempo que a tudo transmuda,
                            Quando eu me tornar solitário
                            Com minhas obras esquecidas:
                            Oh, Deus! Retorna este poeta
                            Para o infinito do teu céu!

                            E assim, unificado com a natureza
                            - liberto e decantado no espaço -,
                            Serei parte da poesia em lastro
                            Que o tempo jamais ruirá
                            No ritual do seu compasso.


                            Autoria:  Antenor Rosalino

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sexta-feira, 14 de junho de 2013

SONHOS DESFEITOS

       

 


Meu coração evasivo,
Despojado da esperança
Que em dias benfazejos
De imenso amor se embalava,
Hoje é pranto derramado,
Dissoluto no abandono
Das quimeras do passado!

Minha alma triste, vaga
Na penumbra dos meus dias,
Em níveos vales de lágrimas
E no amargor da realidade!

O desencanto latente
E as lágrimas sentidas
Impedem a contemplação
De meteoros cadentes
E taças de sol poente!

O céu azul estrelado,
Simplesmente testemunha
Na mudez dos meus vocábulos,
Apenas os meus suspiros
E meu sonho virar saudade!



Autoria:  Antenor Rosalino

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DE PASSAGEM





Como luzes de ribaltas
Que se apagam indiferentes
Aos apelos frenéticos dos aplausos,
A vida dos seres amados
- fiéis seguidores de nossa jornada -,
Igualmente desvanecem...

Passam tormentas de marés...
Ondas levantam-se
Em vultosas ascendências
E se desfazem: quedam-se mansamente!

Flores perfumadas
Encantam os jardins,
Exalam o seu perfume, mas, pouco a pouco,
Debruçam o seu encanto
E pelo chão se arrefecem.

Os sorrisos, as lágrimas,
As odisséias, venturas e desventuras,
Tudo passa como a brisa,
Mas ficam as doces lembranças
Como um relicário de amores...
E outros sonhos surgirão
Num adeus aos dissabores!



Autoria:  Antenor Rosalino

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NA PAZ DA MADRUGADA







                            Na suave magia do plenilúnio
                            O prado abraça a Terra
                            Trazendo sonhos de paz!

Deixo as estrelas derramarem o seu brilho
Na liberdade serena e suspirada
Dos meus pensamento soltos,
Aventados além do infinito
Dos astros a flamejar!

Na amplidão das noites de rosas,
O olor das flores púrpuras
Traz um quê de magia
E ternura angelical!

Vislumbro a luz dos olhos teus,
Como a mais linda estrela
A cintilar no meu céu;
E minha alma encontra enternecida
A paz do teu amor que me afaga
E se acalma serena, mais serena
Que o alvor da madrugada!



Autoria:  Antenor Rosalino

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segunda-feira, 10 de junho de 2013

Criador ou criatura?

 

          
                      

  Quando eu acabo de compor, nem sei quem sou.
   Eu que vinha escrevendo sem parar,
   Eu que não ligava nem um pouco pro azar,
   De repente me confundo com meu verso,
   Não sabendo o errado ou o certo.

                      Ana Maria Carvalho

    Assim, com a indiferença permeando o meu ser,
    Trago nas vísceras as lembranças mais queridas
    Das minhas letras pensantes nos momentos vividos,
    Em que a plena paz insurgia e a inspiração aflorava!
    E hoje, entre penumbras tristes,
    Os meus olhos taciturnos não possuem mais lágrimas.

                        Antenor Rosalino

     Seca de lágrimas e vestida de palavras,
     Já não sou quem eu disse que era.
     Sou, quem sabe, uma sombra que passou
     Para um poeta qualquer..., uma doce quimera!
     Por isso pergunto:
     De quem são os versos meus?
     De quem eu roubei a inspiração?
     Ou, se eu sou a própria criatura,
     Quem me compôs então?

                         Ana Maria Carvalho
     
      Revestindo a cada dia
      Das palavras que palpitam em minhas entranhas,
      Vou seguindo a minha sina
      Entre veredas tristonhas!
      As indagações são tantas...
      O meu futuro é incerto, atemoriza!
      Já não procuro ocultar o meu viver de fantasias
      Em que as ilusões do ocaso
      Transformaram os meus sonhos
      Na incógnita do meu mundo
      E minhas inspirações inebriam
      As tardes azuis do outono.

                             Antenor Rosalino




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ARES DE NATAL

                          


 
                

O céu magnânimo está límpido...
No infinito, uma estrela-guia
Enuncia o grande dia:
É Natal do Menino Jesus!

Emoldurada de radiante esplendor
Flameja a natureza em festa!
Dobram-se os sinos uníssonos...     
Confrarias acontecem!

Por trás de vidraças festivas,
Olhares perscrutadores
Avistam paisagens que evocam
Sonhos e saudades!

A poesia inunda o meu ser...
Volto os olhos para o céu
E sinto gemidos do mar!

Nas gólgotas cessam os suplícios.
Os suspiros enfadonhos
Dão lugar a doces preces!

Ocultam-se abissais profundos
E os anjos fazem coro
Louvando o Salvador do mundo!



Autoria:  Antenor Rosalino

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EXORTAÇÃO AO VINHO



                                  


Louvemos o vinho!
Extraído das uvas de abençoadas terras,
Debruça a suavidade do seu sabor
Nas adegas distantes...

Suas gotas alvas ou púrpuras
Em frágeis jarras de cristal,
Emolduram fartas mesas
Nas confrarias felizes,
Onde em prece se renovam
Doces ceias de Natal!

Filho das vinhas!
Seu efeito suave e embriagador
Tem o perfume da vida
E dos campos vastos em flor!

Quando em laudáveis brindes
As taças são erguidas
Em uníssono tilintar festivo:
Transbordam-se os sorrisos,
Refletindo a alegria
No brilho de cada olhar.



Autoria:  Antenor Rosalino

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ANO NOVO





Enuncia-se o Ano Novo!
Emergem-se renovados sentimentos
Edificados e depurados
Em nova construção mental!

Renascemos imensamente,
Quando, em silêncio,
As nossas almas em prece,
Cantam doces canções de amor!

Toda a sorte de arcaicos
E obscuros sentimentos de tristeza,
Do incômodo nublado das nuvens,
Das chibatas do vento,

E todas as contas
Do rosário da memória
São, lentamente, repassados,
Enquanto a indizível poesia da vida
Inunda a Terra
De estranha felicidade!

As profundas fontes da memória
Cicatrizam as chagas,
Envoltas pela passiva atitude
Que vem dos céus,
E nossas mãos em cálidos abraços,
Acolhem a dádiva do Ano Bom!



Autoria:  Antenor Rosalino

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quinta-feira, 6 de junho de 2013

ANGÚSTIA


                     
                     


                      Farto do teu silêncio,
                      Parto deixando rastros
                      Dos sonhos que sonhei
                      Na poesia do meu estro lastro!

                      Seja bem vinda a insônia,
                      A saudade, a solidão...
                      A angústia funesta e insólita
                      No pulsar do meu coração!

                      Sob a face azul do infinito
                      E de estrelas sem donaire,
                      Esquecerei os meus eus,
                      Para ser eco de cantares!

                      Já não sinto o perfume campestre,
                      Nem vejo a brisa tremer!
                      As estrelas choram comigo
                      Pressagiando o meu viver!

                      No incerto, sem rumo certo,
                      Temo ver o seu perfil
                      Refletir-se como uma fantoche
                      Nas águas do meu cantil!



                      Autoria:  Antenor Rosalino

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ÂNCORA DO AMOR





Nos sonhos românticos
Das horas caladas e calmas
Em que a imaginação flutua
Pelo nublado das nuvens,
Na busca incontida do horizonte
Dos amores distantes,
Vêm-me à mente
Com a docilidade de uma flor,
A luminosidade do seu sorriso
Angelical..., encantador!

E nesse encantamento
Que afaga a alma
Num enlevo enternecedor,
O seu sorriso lê em segundos,
Todo o meu pensamento;
E meu ser se faz feliz,
Ancorado no cais distante
Do porto do seu coração:
Fonte eterna de ternura,
Onde inebrias em saudades
Os sonhos do meu coração!



Autoria:  Antenor Rosalino

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EXORTAÇÃO AOS RECANTISTAS


Homenagem aos
Colegas do Recanto das Letras
(espaço cultural eletrônico)



 



      Há no mundo virtual,
      Um espaço iluminado
      Onde insígnes pensadores,
      Poetas, escritores...,
      Exaltam o romantismo
      Num porvir de doces sonhos!

      Essa Família de Letras
      - formatando a cada dia
      Belos textos comoventes -,
      Brincam com os vocábulos,
      Buscando no abstratismo,
      Fazer coisas inumanas
      Tornar-se enfeites humanos!

      No doce fluir dos seus dias,
      Os preclaros recantistas
      - dotados de dom divino -,
      Esquecem a realidade
      E afugentam num segundo
      A parte triste do mundo!



      Autoria:  Antenor Rosalino

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