sexta-feira, 27 de dezembro de 2024

ESSÊNCIA

 

                 

 

  No transcorrer breve da vida transmutamos

conciente ou inconscientemente, a pureza

do nosso ser, naquilo que os outros e as

circunstâncias desejam que nos tornamos.

Em seu rito gradual de incertezas a vida nos

leva  como penachos à deriva por águas que,

talvez, nunca foram navegadas.

 

  Surgimos no mundo sem sabermos o porquê

e sem ter pedido. Aos poucos, repentinamente,

acontece o despertar da angústia de desejarmos a

liberdade pessoal num mundo de encanto e paz,

ao mesmo tempo em que avulta a consciência de

que nascemos para obedecermos regras e morrermos

distantes do alvor da nossa essência mais pura.

 

  Intriga-nos sabermos que fazemos parte do domínio universal

infinito e belo mas que, ao mesmo tempo, somos mortais na

imensidão da imortalidade do mundo. E entre alegrias e

tristezas, sem a capacidade de prognosticarmos o futuro tão

incerto, voltamos, ao final da jornada terrestre, para outro plano

da existência que, para alguns, inexiste e para outros, porém é o

o eldorado onde os entes queridos que ali estão nos esperam.

 

 

 

          Antenor Rosalino

 

 

 

 

 

 

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