No transcorrer
breve da vida transmutamos
conciente ou inconscientemente, a pureza
do nosso ser, naquilo que os outros e as
circunstâncias desejam que nos tornamos.
Em seu rito gradual de incertezas a vida nos
leva como penachos à
deriva por águas que,
talvez, nunca foram navegadas.
Surgimos no mundo
sem sabermos o porquê
e sem ter pedido. Aos poucos, repentinamente,
acontece o despertar da angústia de desejarmos a
liberdade pessoal num mundo de encanto e paz,
ao mesmo tempo em que avulta a consciência de
que nascemos para obedecermos regras e morrermos
distantes do alvor da nossa essência mais pura.
Intriga-nos sabermos que fazemos
parte do domínio universal
infinito e belo mas que, ao mesmo tempo, somos mortais na
imensidão da imortalidade do mundo. E entre alegrias e
tristezas, sem a capacidade de prognosticarmos o futuro tão
incerto, voltamos, ao final da jornada terrestre, para outro plano
da existência que, para alguns, inexiste e para outros, porém é o
o eldorado onde os entes queridos que ali estão nos esperam.
Antenor Rosalino
Nenhum comentário:
Postar um comentário