sexta-feira, 28 de novembro de 2014

PROPINA


                                                             
                                                             
                                          


  No Brasil, assim como em todos os países, há vestígios de corrupção que permeiam muitos segmentos sociais. Os subornos em nosso país são praticados de modo bem enfático; e o que causa mais dor é que tais atos ilícitos não só denigrem a imagem do país e prejudica consideravelmente o seu desenvolvimento, mas deixa exemplos dos mais condenáveis que levam, principalmente os jovens, quando desorientados, a pensar que podem também, quando houver oportunidade, agir da mesma forma sem que ocorra a punição devida, pois esta, em inúmeros casos, ocorre de forma branda, e sem que o infrator receba orientações que possam fazê-lo compreender a gravidade do seu ato e o faça repensar sua vida no afã de voltar a ser um cidadão de bem.
 Procurando analisar mais profundamente o que leva alguém a se tornar um corrupto, lembrei-me de que, na minha adolescência, presenciei muitos casos em que várias pessoas eram beneficiadas com carteirinhas estudantis, que lhes davam direito a ingressar em cinemas e outros eventos, sem que essas pessoas fossem estudantes. Isso ocorria, porque, certos funcionários de escolas, designados a fazer o cadastramento dos alunos, não eram fiscalizados a contento e, conscientemente, mas sem pensar nas desastrosas consequências que poderiam advir de sua atitude, favoreciam tanto quanto possível os seus parentes e amigos.
  O que também chamava atenção é que esses infratores não eram denunciados, e mais: os beneficiados não se preocupavam em ocultar o caso, pelo contrário, se vangloriavam mostrando as carteirinhas para as pessoas próximas.
    Da mesma forma, outros casos marcam ou marcaram a vida de muitos adolescentes resultando daí, muitos corruptos que assolam principalmente a vida pública brasileira. Trata-se, portanto, de uma cultura antiga, em que os casos como os das carteirinhas, são praticados com normalidade, de forma aparentemente até inocente, mas demasiadamente maléfica à formação do caráter.
     Há algumas décadas, foi inevitável para mim ver um comerciante vangloriar-se ao afirmar que, ao ser visitado em seu estabelecimento por um fiscal de higiene, este lhe fez várias exigências. Entretanto, usando de estratégias malandrinhas, confidenciou ao fiscal sobre os motivos pelos quais não poderia cumprir as normas devidas no estabelecimento e lhe ofertou um presente. O fiscal, por sua vez, não só aceitou o presente, mas também cancelou a multa que, fatalmente seria imposta em caso de infringência da lei.
    Já houve casos congêneres, e não causa tanta surpresa também sabermos que certos funcionários públicos, ou prestadores de serviços principalmente na área da saúde, procuram beneficiar parentes e amigos, agilizando consultas e cirurgias.
     As minhas observações até aqui, se referem apenas a casos graves, mas que, na verdade, pouco significam se comparadas com os subornos que têm assolado o país como um terremoto em larga escala. E isso, em grande parte, é atribuído à ausência dos princípios éticos advindos da infância e maus exemplos vivenciados na adolescência como os citados acima.
      Urge, portanto, que os esforços se intensifiquem principalmente por parte dos pais e educadores para que as perspectivas futuras sejam de formação de valores morais e não desses exemplos que horrorizam e nos entorpecem, retardando o progresso da nação e levando-nos a um falso rumo.



Autoria:  Antenor Rosalino

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sábado, 15 de novembro de 2014

O DIA DO POETA RECANTISTA

 

                                                                   


Neste dia primaveril em que os raios de sol fulguram em esplendor, uma estranha felicidade toma conta do meu ser ao proclamar-se o dia 14 de novembro como o Dia do Poeta Recantista.

  Há quase uma década, iniciou-se uma interação mais abrangente entre poetas no mundo virtual, com o fito de trocarem experiências entre si, desenvolverem o sentir poético, promover talentos e, por conseguinte, deixarem que a poesia latente no âmago de suas células líricas pudesse ser vista pelo maior número possível de pessoas não só do Brasil, mas de todo o mundo.

    Paulatinamente, esse intento foi ganhando força e hoje, pode-se dizer que se trata de uma interação literária das mais conceituadas e benquistas, onde os amantes da poesia podem desfrutar de leituras de altíssimo nível, advindos de poetas e poetisas renomados ou não, cujo lirismo enternece o coração do leitor. E esta miríade de talentos poéticos unidos justifica plenamente a data escolhida para homenagear estes insignes escritores e escritoras líricas.
    Houve um consenso entre os poetas e, entre outras datas, foi escolhido o dia 14 de novembro para eternizar-se como o Dia do Poeta Recantista. A data refere-se ao dia da fundação do conceituado site do Recanto das Letras, em 2004.

     Os poetas recantistas mantêm laços de profundo respeito e amizade entre si, e não são raras às vezes em que, inclusive, fazem homenagens uns aos outros e se interagem na elaboração de belíssimos duetos. Trata-se, efetivamente, de uma família de letras.

     Os ilustres e denodados poetas buscam incessantemente o perfeccionismo e não se contentam apenas com a literalidade comumente usada. Alguns, inclusive, inovam as formas e estilos poéticos, e isto, enriquece e diversifica os poemas, moderniza e preserva a Língua Pátria avultando cenários de um porvir em que, cada vez mais, a leitura se torna desejada em todos os níveis sociais.

     Pelas razões expostas, deixo aqui a minha saudação a todos os nobres colegas poetas e poetisas, parabenizando-os pelo maravilhoso feito, especialmente ao nobres poetas idealizadores deste tão magnânimo e elogiável projeto, e rogo a Deus que continue a iluminar os seus propósitos altruísticos e de todos os poetas e poetisas recantistas, concedendo-lhes profunda paz para a continuidade de suas inspirações iluminadas que fazem com que os seus versos de inenarrável beleza sejam perpétuos e sempre regados intensamente a pétalas de rosas em meio a cantilenas de emoções.

      Finalizo, apresentando um poemeto que fiz em homenagem aos recantistas no inverno de 2008.


                      EXORTAÇÃO AO RECANTISTA

                            Há no mundo virtual,
                            um espaço iluminado
                            onde insignes pensadores,
                            poetas e escritores
                            exaltam o romantismo
                            num porvir de doces sonhos!

                            Essa "Família de Letras"
                            - formatando a cada dia
                            belos textos comoventes -,
                            brincam com os vocábulos,
                            buscando no abstratismo:
                            fazer coisas inumanas
                            tornar-se enfeites humanos!

                            No doce fluir de seus dias,
                            os preclaros recantistas
                            - dotados de dom divino -,
                            esquecem a realidade
                            e afugentam num segundo
                            a parte triste do mundo.



                     SALVE O DIA DO POETA RECANTISTA!



Autoria:  Antenor Rosalino

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sexta-feira, 7 de novembro de 2014

MEU SIGNO





Nasci no dia 23 de abril de 1949.
Lá se foram as décadas de minha existência
Ancorada em sentinelas de emoções
Traduzidas nos versos de saudade
E nos solfejos dos encantos e ilusões.

Sou assim, um genuíno taurino
Seguindo os ditames deste meu coração poético
Numa ousadia fremente de exteriorização 
            Dos meus sentimentos mais íntimos
            Elaborando  meus versos com denodado labor.

Mas sigo a jornada do destino traçado,
Com a tenacidade característica do meu signo
Sempre em busca de um perfeccionismo
Tão remoto quanto à impossibilidade
De o meu versejar atingir os céus
Num giro misterioso como cachoeiras em escarcéus.

Trago, porém, nas marcas da longa espera
A experiência vivida, percebendo, a cada dia,
O quanto nada percebo e deixando nos sorrisos iluminados
Das pessoas mais queridas, o meu olhar derradeiro
De amor e gratidão em clarões de poesia exaltada
Enquanto a vida segue provocando-me emboscadas.



Autoria: Antenor Rosalino

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