terça-feira, 28 de janeiro de 2014

PERCEPÇÃO POÉTICA



                                                            
                                     


  Em nosso cotidiano, ao lidarmos com tudo o que diz respeito à nossa lida e ao que vemos e sentimos, vêm-nos à mente, fundamentalmente, lampejos que flamejam na memória, trazendo surpreendentes percepções da imensidão dos nossos sentidos.
  Estas percepções fluem como delírios alucinantes e eleva os nossos sentimentos, fazendo com que olhemos o mundo com um olhar hipnótico, em que tudo à nossa volta ganha matizes e beleza invulgar.
  Temos como exemplo, primordialmente, as visões dos artistas: escritores, pintores, escultores, etc., os quais discorrem com uma intensidade inenarrável de percepção poética, todo o enlevo enternecedor de suas almas sensitivas.
  Sabemos que esses artistas, principalmente os poetas, caracterizam-se pelo fato de transmudarem através de suas obras, as coisas inexistentes em coisas reais. Por exemplo, quando um poeta diz: “no céu, estrelas brincavam na noite enluarada”. É evidente que as estrelas não brincam, mas a poeticidade é tão bela, invulgar e toca tanto o coração, principalmente das pessoas mais sensitivas, que é como se víssemos mesmo na realidade, as estrelas brincarem no plenilúnio e o sonho dessa visão se tornar verdade. Isso é sublime e são detalhes que enfeitam a vida.
  Tudo se ostenta aos nossos olhos e aos nossos corações conforme o nosso ângulo de visão. Assim sendo, tudo leva a crer que, ao repousar os nossos olhos e o nosso sentir nas coisas belas e simples da vida, como no silêncio e no aroma das flores em suas luminescências, nos sorrisos apolíneos, no esplendor do céu, na suavidade cristalina das águas..., sentiremos o mundo em sua plenitude e vivenciaremos o amor de forma mais perfeita e incondicional.
   Não é preciso viver sonhando ou “nas nuvens”, como se diz, visionando coisas fantásticas e impossíveis para que nossa vida seja emoldurada pelo sentido e o glamour da poesia; pelo contrário, notadamente, as pessoas dotadas de maior percepção poética são aquelas que mais se destacam no contexto social, com atitudes e propósitos sensatos, reais e claros, pois possuem uma maior visão de mundo e do circunspeto.
  O que torna ainda mais grandiosa esta sensoriedade, é que a sublimidade deste sentir também é perceptível sem que, necessariamente, tenhamos olhos para ver. São muitos os exemplos de pessoas portadoras de deficiência visual que impressionam pelo elevado nível desta percepção, aliás, são estas, as mais perceptíveis a tudo e a todos. Podemos, portanto, sentir e descrever verbalmente ou através de obras, algumas das quais, magistrais, o magnetismo da vida, como se tivéssemos sentindo o sabor de noites estreladas em seu apogeu maior.



Autoria:   Antenor Rosalino

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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

ALMA POÉTICA




                               





                               Abro o meu coração inerme,
                               Desprovido de maldades e vago sereno,
                               Nos remansos de um mundo
                               Feito de alegrias e dores.

                               As desilusões descortinam-se na realidade  presente,
                               Mas absorvo apenas as ilusões do meu pensar
                               Que se perde na amplidão dos crepúsculos.
                               E o meu ser magnetizado, se incorpora à fluência da
                               Natureza em seu ciclo sublime de radiância e esplendor.!

                               As madrugadas me alucinam!
                               A luz dos candelabros faísca as pétalas
                               das flores veludíneas e perfumadas.
                               que se abrem ao manto azul do plenilúnio!

                               Com a mente aberta às ideias e às coisas,
                               a minha alma poética se projeta em penumbras,
                               mas, revestido da luz da esperança
                               que me aquece, faço pinturas de um mundo
                               Onde o amor desfaz as trevas
                               Da minha geografia em construção.



                                Autoria:   Antenor Rosalino

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domingo, 12 de janeiro de 2014

ELOS





 Como um giro misterioso de encontro aos céus, os meus pensamentos repousam na quietude dos sentimentos que se entrelaçam no sublime conforto dos elos que fazem com que a união de nossas almas seja um relicário de lembranças perpétuas.
  Não somos eternos na vivência terrena que se constitui de atos edificantes da mais cálida ternura e também de artifícios do mal, tudo, tudo resultante do modo pelo qual cada um de nós vê e enfrenta os ocasos da vida.
  Analisando sobre esse prisma, devemos sempre trazer nos recônditos da alma, eternamente, as experiências vivenciadas com todas as pessoas que nos foram caras, e para as quais reservamos um lugar especial em nossos corações esmaecidos pelas dores decorrentes de suas perdas, mas é da mais fundamental importância, reconstruir com as cinzas pretéritas das perdas doídas, edificações renovadas de esperanças e dinamismo para a continuidade dos nossos projetos de vida futura.  Da mesma forma, na brevidade da vida, não podemos desistir de lutar pela conquista de algo ou de alguém, quando o melhor da nossa força e dedicação fôra empregada a essa tão desejada conquista.
  As perdas são, sem dúvida, dolorosas, mas, depuram a alma, servem para experiências futuras e, sobretudo, não desfaz os laços amoráveis de união perpétua.
  De um modo geral, todas as pessoas que nos são queridas e fazem parte do nosso convívio, sejam ou não parentes, demonstram vez por outra, os seus desejos de nos ver felizes, de ver realizados os nossos projetos de vida.
  Essas pessoas queridas que nos incentivam e enlevam os nossos sentimentos, evidentemente também se entristecem quando estamos tristes, quando somos afetados pelas inevitáveis adversidades.
  Assim sendo, quando essas pessoas cumprem definitivamente a sua missão terrena e partem para o eterno, a maior prova de gratidão, amor e solidariedade que podemos ofertar sem memória póstuma é procurarmos concretizar os nossos projetos e desejados sonhos, seguindo os bons exemplos que nos foram deixados e fazendo principalmente com que a nossa vida seja consumida somente por algo que possa perpetuar-se no tempo, que podem ser obras literárias, artísticas, descobertas científicas, etc., ou exemplos de vida que dignifiquem a nossa condição de animais racionais. Estes sim se tornam no maior uso que podemos fazer de nossas vidas.
  As obras eternas, além de trazer regozijo a nós mesmos e a quem nos ama, solidifica e imortaliza os sublimes elos de afetividade e exemplos, cujas obras e somente estas, conduzem o mundo para os legados do progresso e da paz. 



Autoria: Antenor Rosalino

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quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

No compasso do tempo


                      

                   
                                  Por apenas um tempo breve estou aqui.
                                  Sou assim, como o frescor da brisa
                                  Que se levanta do mar
                                  Em busca constante de horizontes fecundos.

                                   Desfaço-me sempre de pensamentos dúbios
Perco às vezes minhas palavras
Mas me refaço em segundos,
Em orações nos luares!

Todo o tempo e todo dia
Raios penetram meus poros
Rasgo as cortinas dos ventos
E faço do amor o meu norte.

Entre o viver e o sonhar,
Vou seguindo a minha sina,
Renascendo e refazendo
Na pureza do lirismo!

Deixo os meus olhos em baila
Fecundarem o meu sentir
Na sedução da beleza pura e tranquila
Das ilusões que existem em mim.



Autoria:  Antenor Rosalino

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sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

CRíSTICA POESIA





Antes de a noite chegar,
Meus olhos verão lágrimas e sorrisos
E absorvendo alegrias e tristezas
Feito um jogo do bem e do mal,
O meu pensar flutuará,
Mas discorrerei em versos apenas as delícias
Absorvidas no meu hermético pensar
E buscarei não mais deixar rastros escorregadios
De ilusórias e tristes realidades.

Em calmos remansos de um mundo
Radiante de arte num apogeu de luz,
Revestirei meus pensamentos
Com visões sólidas em caleidoscópios de estrelas!

Os meus pensamentos serão fragmentos
De uma poesia lírica jamais vista
E poderei ver, alegremente,
Tendo a brisa à minha disposição,
Os meus versos serem motivos
De sorrisos imaculados, transbordantes de magia,
Enquanto a lua espera para pintar a noite
Com aquarelas faiscantes da minha crística poesia.



Autoria:  Antenor Rosalino

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