domingo, 20 de outubro de 2024

FUTEBOL




Sob a imensidão do plácido azul celestial,

os dourados raios de sol aquecem

 - com fulgurante esplendor -,

a cidade engalanada

na primícia do encantamento

de mais um dia de futebol.

 

Entre faixas e adornos coloridos,

reluzem os olhares vívidos dos torcedores:

alviverdes, alvinegros, tricolores...

Ostentando cada qual, o sagrado símbolo

do clube do seu coração.

 

O gigantesco estádio acolhe

a explosão inevitável da multidão

circundante do verde e demarcado gramado

que reluz!

 

Desfraldam-se as bandeiras!

É chegada a hora do pontapé inicial

do promissor e grande clássico.

 

Os “artistas da bola” encantam a platéia

com dribles desconcertantes; passes rápidos

 - como o lançar de uma flecha indígena -,

cabeceios gigantescos no ar

e jogadas monumentais!

 

A apoteose chega ao ápice no momento do gol:

é   indizível a vibração do time

que sai à frente, no marcador,

enquanto a torcida contrária

reascende a chama das vaias

- até mesmo contra a arbitragem incólume -,

em esperança da sonhada

reversão do placar quando mostra,

com ostensiva luminosidade e precisão,

o resultado parcial.

 

Ao final da jornada, é notório o contraste

das emoções entre uma e outra torcida.

Fica porém, para todos, a alegria de

vivenciarem o inefável encantamento

da mágica arte do eterno futebol.

 

                               Antenor Rosalino

 

segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O SERESTEIRO


Homenagem ao
Grupo Amigos da Seresta
de Araçatuba






Com o olhar complacente
Em miríades de estrelas,
O seresteiro se entranha
Na poesia plena presente
Do plenilúnio que abriga
As suas canções dolentes.

Predestinado por mãos divinas,
Encanta multidões...
Energiza-se a luz do prado
Nas serestas que arrebatam
Corações esmaecidos
De saudades incrustadas.

Sob o prisma do luar afável,
O seu coração nostálgico
Busca revelar o belo...
E os acordes acontecem
Nas canções que fazem eco
No altar dos campanários
E nas montanhas em prece.


                               Antenor Rosalino



  Reedito esse poema em homenagem, sobretudo,
ao meu irmão Aurélio Rosalino, falecido no dia
16 de agosto último, vítima de infarto fulminante,
aos 87 anos de idade. 
  Esse poema figura na primeira página de um livro
feito esse ano, em comemoração aos 35 anos de
existência do Grup0, do qual, por muitos anos, ele foi
coordenador. Era também publicitário, criador e
apresentador do programa "Eu, você e a saudade", 
na Rádio Max 90, de Araçatuba. Na foto ele aparece
de paletó branco.

   Saudades imorredouras!