quinta-feira, 14 de março de 2013

APOSENTADO





  No Brasil, há certa tendência pela maioria das pessoas, de acreditar que aposentado é sinônimo de ociosidade, ou de uma vida inútil, e que, o mesmo,é um privilegiado e muitos dos quais usufruem de tudo o que vida tem de melhor.

  Não faria sentido e não pretendo aqui, fazer apologia a todos os aposentados, mesmo porque, como em toda regra há exceção, existem aqueles que nada fazem para ter tal merecimento. Entretanto, gostaria de trazer à luz, o quanto deveria ser reconhecido e respeitado alguém que tenha dedicado dezenas de anos de trabalho honrado e digno, em favor de determinada empresa ou da coletividade.

  É óbvio que, somente se aposenta aquele que trabalha; e chega um determinado tempo em que o trabalhador, apesar de ostentar o mesmo dinamismo, já não conta com o vigor físico de outrora e necessita resguardar-se, sair da rotina que o prendeu por anos a fio, e preservar-se, levando uma vida mais serena e, por conseguinte, usufruir dentro do que lhe for possível, de vivenciar prazeres e realizar projetos e sonhos por tantos anos suprimidos e acalentados nos abissos da memória.

  Lembremos que há uma infinidade de aposentados, os quais, mesmo tendo trabalhado por quase toda a vida em funções que mereciam gratificações por periculosidade ou por insalubridade, vêem esses direitos serem renegados pela Previdência Social, sem um estudo mais apurado da situação.

  Por outro lado, os aumentos salariais concedidos aos trabalhadores ativos não são os mesmos dos inativos, sendo os daqueles, sempre bem maiores do que os desses. A alegação governamental é que não há verba suficiente para essa equiparação, a qual poderá levar ao caos a Previdência Social.

  Não se pode negar que, por menor que seja o percentual de aumento concedido aos inativos, tal procedimento causa vultoso impacto aos cofres públicos e deve ser também levado em conta, o significativo aumento de aposentados no país, em vista do avanço da medicina que tem proporcionado sempre mais longevidade.

  No entanto, é incompreensível, como existem verbas para a criação de ministérios, secretarias e inúmeros cargos ditos de confiança, cujos salários são altíssimos, além de vultosos aumentos salariais para os ocupantes de cargos dos poderes executivo e legislativo em todas as esferas: federal, estadual e municipal, além de gastos milionários nas campanhas eleitorais, em ações obscuras, e até com aposentadorias forjadas ou imerecidas e não há verba para o devido aumento de salário aos aposentados.

  Assim sendo, urge uma reforma político-administrativa e previdenciária ampla, com imprescindíveis sugestões dos mais diversificados setores da sociedade, objetivando o fim de tão flagrantes, condenáveis e injustos desmandos e atitudes arcaicas e irresponsáveis que desonram o país e impedem o seu crescimento sustentável.


Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da Internet

                                                                                

Nenhum comentário:

Postar um comentário