sexta-feira, 25 de maio de 2018

POLÍTICA VIL






             O céu cinéreo e tristonho
             Traz resquícios de tristeza
             Ao meu coração pranteado
             Por mazelas e incertezas
             De um futuro de temor
             Desprovido de leveza.

             Não vejo perspectivas
             Apenas o inóspito
             Na fluência breve do tempo.
             Tudo é vil, Intrépido...
             A política é enfadonha
             Discursos estrépitos...

             O plebeu agonizante
            Já não suporta o castigo
             E as imposições injustas
             Por desumanos bandidos
             Hipócritas e corruptos
             De estadistas travestidos.

             Que as preces humanitárias
             Possam chegar às alturas
             Do infinito azul do céu
             E se desfaçam clausuras
             Pelo poder sempiterno
             Das vinhas sem angusturas.


                    Antenor Rosalino




domingo, 20 de maio de 2018

LITERATOS E POESIA


                                      

                                                              
                                                 


  Na minha lida no mundo da literatura, especialmente da poesia que tanto gosto, tenho observado pessoas que sentem no âmago, profundo desejo de escrever. Parece ser algo imanente. Tais pessoas buscam compartilhar este sentir com as pessoas circundantes ou à distância. E quando encontram afinidades, com o mesmo gosto poético, é como se realizassem um sonho acalentado. Nasceram para escrever e encantar.
  Outras existem que, por ter vasto conhecimento literário, escrevem apenas por vaidade pessoal, no afã de mostrar a sua invejável intelectualidade. Estes vivem enganados achando que encantam, mas nunca brilharão.
   Há ainda outro grupo de pessoas que escreve simplesmente para espairecer, buscam repousar a mente fazendo da escrita um entretenimento. Tal procedimento não deixa de ser salutar.
   Assim, cada escritor, à sua maneira, segue escrevendo e trazendo à luz seus sentimentos e interpretações do seu ponto de vista, advindas de suas experiências ao longo da vida.
   É bastante curioso também o fato de que os estilos e gostos literários se divergem muito, e os escritores denotam o seu potencial em conformidade com a essência de sua personalidade.
   Eu, do meu lado, sou afeito à poesia, ouso buscar, a meu modo, atingir a sensibilidade de quem me honra com suas leituras no meu blog e na minha página no site do Recanto das Letras. Aparentemente, pela quantidade de visualizações obtidas e que tanto me surpreende, não tenho decepcionado e isso se constitui em refrigério para o meu coração.
  Não há dúvida de que fazer poesia é também a oportunidade que temos de desvincularmos por um dado momento da realidade e voejarmos por um mundo onde a imaginação flutua como se estivéssemos, de fato, num oásis de plena felicidade. Evidentemente, não se pode viver sonhando, mas, em certos momentos, essa fuga para o mundo do “faz de conta” reconforta e traz refrigério para a alma.
  Não foram raras as vezes em que me deparei com jovens que demonstram o desejo de elaborar poesias, mas se sentem frustrados pelo acanhamento de demonstrarem o seu sentir. Ora, basta apenas se entregar à fantasia, aos anseios do coração e passar para o papel. Com o passar do tempo, a própria pessoa irá se surpreender com os aprimoramentos e com a leveza dos seus escritos oriundos de fantásticas criatividades. É essa exteriorização de sentimentos sublimes em qualquer área de conhecimento que torna um homem imortal.
   Em síntese, a escrita revela a personalidade de quem escreve. Em sentinelas de emoções, é a visão mais exata que temos do circunspecto e dos mistérios que envolvem o ser e o mundo.


                                                                        Antenor Rosalino

terça-feira, 15 de maio de 2018

A MÚSICA QUE NOS PERMEIA

                              


                                                                  



 Assim como o vôo livre dos albatrozes singrando os mares, a música invade nosso ser e nos arrebata a horizontes de sonhos. É uma arte sem igual e remonta a anos longínquos.
 Não há dúvida de que muitos são aqueles que, não sendo possuidores de audição, dariam tudo para ter o privilégio de deleitarem-se ao som de uma boa música usufruindo desse sentimento humano dos mais sublimes que tanto fala ao coração.
  Para aquilatarmos o quanto a musicalidade está presente em nossa vida, basta lembrarmos o que seria a entrada de nubentes na igreja para a consumação do enlace matrimonial sem o som característico de uma música, principalmente daqueles clássicos musicais de maior tradição.
  No alto das minhas muitas décadas de vida, ainda guardo, vividamente, as lembranças das tardes de domingo em que o som da Jovem Guarda dominava a alegria reinante da juventude de então.
   Notadamente, o tempo não consegue apagar de nossa memória a música I'm Kissing You – tema do filme Romeu e Julieta. As músicas ajudam os filmes a contar suas histórias. E são tantos outros temas de filmes históricos, novelas, etc. que seria impossível descrever tantas lembranças queridas.
  Muito dificilmente não encontramos nos momentos inesquecíveis o som comovente e enternecedor de alguma música, como os concertos de Mozart e Beethoven.
  Temos também os hinos que exaltam o sentimento de nacionalismo. E até mesmo as letras musicais rebeldes e/ou inconseqüentes são reconfortantes tendo em vista a imensa diversidade dos gostos musicais, como as músicas de nossas raízes e os sertanejos atuais, os tangos, boleros, sambas e as apoteóticas marchinhas carnavalescas.
  Para os amantes do futebol, que não são poucos, é um desfraldar de emoções a execução pelas bandas dos hinos dos clubes. Faz com que a alegria seja completa na esperança da vitória nas quatro linhas.
   Aprofundando um pouco mais nesse tema, podemos citar até mesmo que nossa fé crística se avulta quando ouvimos músicas sacras contemplativas.
   Para finalizar cito também aqui um exemplo doméstico: em Araçatuba, quando das magníficas apresentações nostálgicas do Grupo Amigos da Seresta, a platéia lotava os palcos do Teatro Municipal Castro Alves e, da mesma forma, isso ocorria quando havia essas apresentações em outros locais públicos. E são muitos outros eventos musicais que fazem com que essa arte vital reconforte nossos dias, tanto em nosso lar quanto nas ruas.
  Afloram-me à mente, inclusive, as cantigas de ninar e tenho em mim, que, é impossível acreditar que alguém não goste de música, cuja arte, por toda sua fantástica magia se afigura como sândalo reconfortante a permear nossas vidas, como a própria música do vento em premissas de vendavais.



                                                             Antenor Rosalino