No tic-tac do pêndulo
Do relógio que não para,
Meu aflito coração segreda
Pensares que se afloram.
Os pensamentos fluem
Entre buscas e dores,
Na incógnita do meu mundo
Feito de espinhos e flores!
Ah! Relógio que não pára:
Aflora mágoas em meu peito
Ou trás angústias suspensas
Ao meu coração que chora!
Os ponteiros frios e ágeis,
Indiferentes ao meu pranto,
Seguem altivos sem acenos
Ao langor do meu lamento!
Nesse tempo ininterrupto
Que me leva ao além:
Nascem flores de angústias
No tic-tac que vem...
Autoria: Antenor Rosalino
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