Nostálgico pensar na solidão
Aflora o meu âmago mais profundo
Em vãs interrogações sobre
A transitoriedade presente
Que faz os doces momentos,
Tornar-se doídos lamentos.
Derrama-se na minha alma,
Lágrimas de negra melancolia,
Enquanto uma cintura lânguida
De brancas nuvens
Passa, dando adeus
Ao crepúsculo vespertino!
Como o pêndulo indiferente
De um relógio que segue,
Oculto-me por trás de palavras
Perdidas e esquecidas
Em busca de coisas
Que nunca são encontradas...
Em noites claras, mal dormidas,
As florestas ecoam meus suspiros
Entre sonhos dissolvidos
No meu hábito de exaltada ternura,
À procura do que ontem era tudo
E hoje, o prado só medra abrolhos
E nada mais se fecunda.
Autoria: Antenor Rosalino
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