quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

MIRÍADE




O manto do anoitecer abraça a terra.
As pessoas alvoroçam-se, pressagiando
a poesia do luar!

As tristezas e ágmas sentidas
dão lugar a devaneios de áureos pensar,
em livre e solto poetizar!

Além do horizonte, a magia celestial
entranha-se no infinito das estrelas,
espelhando cisalhas de prata
caindo dos ares a se espraiar...

No mar, reluzentes reflexos choram
a vã tentativa de submergirem os seus encantos,
para alegrar nas profundezas,
o cirandar de espécies marinhas,
inquietas a borbulharem.

O mar não se agiganta por ondas
revoltantes: é calmo, fitando as estrelas,
pois tudo pára, envolto
no magnetismo estelar!

Não há pranto a correr
para o seu leito aquiescente,
que repousa lânguido no vértice,
até que as lágrimas das nuvens,
num dia qualquer, de repente...
entristeçam as suas vertentes.


Autoria:  Antenor Rosalino


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