Meninos de Rua
Dispersos na multidão ofegante
Dos centros urbanos que estuam,
Sobejam seus vagos olhares
Os pobres meninos de rua!
Curvam-se em reverência
Aos apressados transeuntes,
Implorando no trânsito insano
Um ato benevolente.
A vida não lhes sorri...
Mas sorriem para a vida.
De peito aberto num mundo incerto,
Amargam a sina nas frias esquinas!
Ludibriando constantes enganos,
Vestem-se de inócua alegria,
Quando ao sol do dia findo,
Voltam-se ao subúrbio sorrindo!
Não condeno a aglossia
De seu viver inconseqüente,
Pois vêm de lares onde a ira
Faz morada permanente.
Vislumbram em seu submundo:
As estruturas mudarem...,
Para ser cidadãos no mundo
E seus sorrisos brilharem!
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da Internet
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