domingo, 6 de janeiro de 2013

UM OLHAR À EXISTÊNCIA HUMANA

  

                                                            

                                                  
  Defino a passagem humana pela Terra, como uma breve oportunidade de aprendizado e, ao mesmo tempo, de utilização do infinito potencial de inteligência do qual somos dotados.
  Algumas pessoas utilizam o seu cabedal de conhecimentos, experiências e criatividade, de modo bem mais abrangente do que outras e, com isso, desfrutam com alegria dos muitos prazeres que a vida pode oferecer,  contrariamente àqueles que, por motivos de saúde debilitada, indolência ou falta de orientação, passam simplesmente pela vida, sem viver. Não sabem sequer, apreciar uma paisagem, o romantismo do crepúsculo, determinada arte, uma boa leitura...
  Felizmente, existem ainda aqueles que, com o passar do tempo, já na idade adulta, surpreendentemente repensam suas vidas e buscam na paz dos seus sentidos, a razão maior da existência, seguindo com humildade de sentimentos as vinhas da felicidade, onde o reto pensar e o amor ao próximo são os construtos que os levam a feitos imorredouros.
  Podemos atribuir tal fato, às incontáveis experiências que temos o privilégio de vivenciar. Recordo a seguinte indagação feita por Machado de Assis, em sua primorosa obra Memórias Póstumas de Brás Cubas: “recomeçar pelo princípio ou pelo fim?” A meu ver, todo começo trás um perfil mais puro e completo, a partir do seu princípio e só assim, o ser usufrui mais completamente das oportunidades de conhecimento e evolução para as quais, todos nós fomos criados.
   Em se tratando de Artes, contrapondo-me aos que acreditam que “o bom já nasce feito”, eu atribuo o sucesso em qualquer área artística, não como um dom, mas pelo fato do artista ter tido a percepção de ouvir, ver ou sentir algumas coisas com as quais se identifica. Por exemplo, a técnica das diversas formas literárias, os livros ensinam. O que é dificultoso é a criatividade, mas mesmo assim, esta pode ser adquirida em grande parte, com leituras variadas e observações aprofundadas sobre as coisas simples e belas da vida.
  Lembremos que os grandes escritores pautam suas vidas em profundas reflexões e leituras diversificadas.
  Aos poucos, a pessoa interessada aprimora o seu estilo próprio e realiza construtos admiráveis, os quais podem ocorrer tanto na jovialidade quanto na idade adulta e até mesmo na senilidade. Não faltam exemplos de intelectuais, letrados, e artistas das mais diversas áreas que ganham ou ganharam notoriedade a partir do outono de suas vidas.
  É oportuno dizer que muitas das afirmativas que para alguns são verdadeiras, para outros não o são, e assim, a polêmica sobre esse tema continua. Nessa conformidade, o importante é a reflexão sobre o que a palavra não diz e ouvindo a fala da alma, definirmos se o contexto trata ou não, de mais um enfoque da mais pura ilusão.



Autoria: Antenor Rosalino

Imgem da Internet



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