sábado, 28 de janeiro de 2023

NOSTALGIA


Os dias correm silentes...

Tão breves são as horas!

O meu coração dolente,

Já não pulsa como outrora.

 

O meu livro sublimado,

Num horizonte de sonhos,

Hoje é pranto derramado

No final triste de um conto.

 

Tenho os olhos razos d’água

E a alma enternecida

Quando relembro as crisálidas

Da aurora da minha vida.

 

Essa lágrima caída

Do meu olhar que entorpeceu:

Não é de dor, é nostalgia,

De um sonhar que pereceu.

 

          Antenor Rosalino

     

sábado, 14 de janeiro de 2023

SUBLIME AMOR

 

   

 

No aconchego dos seus braços

Eu debruço o meu cansaço.

Seco o pranto dos meus olhos

Na ternura desse abraço.

 

Sinto as delícias da vida

 Insuflando meu viver,

Como gotas de carinho

Emoldurando esse querer.

 

Na doçura dos seus beijos:

Meu contato com os céus,

Energizando as estrelas

Em cintilante véu!

 

Não temo grilhões, abrolhos

Ou caminhos de angusturas.

Tenho no amor meu escudo

Na íris do nosso mundo.

 

Minha lágrima de alegria

Brilha à luz da poesia

Quando em versos preconizo

Esse amor que se eterniza.

 

         Antenor Rosalino

 

 

sábado, 31 de dezembro de 2022

PARADOXOS


É tempo de repensar!

E nesse tempo eu me encontro

Inserido em contradições intrigantes,

Em que os choques de opiniões

Conduzem-nos como ímãs

 A pólos estonteantes!

 

Contrastam-se os pensamentos

Das mentes, as mais brilhantes,

Nas infindáveis veredas

Dos mistérios hilariantes.

 

Divergem-se os conceitos

Dos povos de diferentes culturas,

Os quais, em paradoxos propagam

Cada qual, fervor impávido.

 

Dos impasses ofegantes,

Originam-se os atritos,

Dissabores, ágmas e desacertos,

Mas, em contraste nos levam

A descobrimentos e acertos.

 

São vastos os exemplos

Das certezas de um dia,

As quais hoje são apenas

 Incertezas que ironizam.

 

               Antenor Rosalino

domingo, 18 de dezembro de 2022

NATAL


Um meteoro cadente

Enfeita o clarão da noite.

As flores noturnas balançam

Afugentando os açoites.

 

Os corações palpitam alegremente

Vislumbrando o esplendor

Da lua afagando a noite

No Natal do puro amor!

 

As luzes insurgem matizes

Enquanto as almas uníssonas

Recebem bênçãos divinas

Pela leda madrugada.

 

O sol se faz eclipse

No espaço sideral alado

Postergando o apocalipse

Na sublime íris do prado.

 

           Antenor Rosalino

 


terça-feira, 6 de dezembro de 2022

A NOITE DO SERTÃO


           

A noite vem com seu encanto

Desfilando céus de formosura.

O prado veste o seu manto

Tecido com a luz da lua!

 

A brisa brinca e orvalha

E os ramos em pêndulos bailam

Nos verdes campos e valas

Onde os aromas exalam.

 

Volvendo o olhar aos céus lunares,

Não vejo apenas estrelas,

Vejo os astros aspergirem

Pétalas de flores fagueiras.

 

Meus olhos se embriagam

Neste leito de verdes relvas,

Onde os pirilampos reluzem

Entre as folhagens silvestres.

 

A efígie da lua cheia

Resplandece nas lagoas,

E meu coração se enleia

Em ternura e modorra.

 

As fontes brotam da terra

Entoando cantos de paz

Enquanto em meu peito afloram-se

 Lembranças que a vida apraz.

 

                      Antenor Rosalino

terça-feira, 22 de novembro de 2022

PONTO DE VISTA

 

 


  Estamos aqui por um tempo apenas,

nada mais. E na brevidade dessa vida

que é tão passageira e transitória como

uma primavera que floresce, muitos

escritores já fizeram suas passagens

para outra existência. Outros, por

circunstâncias adversas, já não fazem

postagens com regularidade, mas

imortalizam-se em nossa memória as

letras pensantes de todos os escritores e

poetas que definem ou definiram suas

reflexões com tão belos artifícios literários

que transcendem e marcam nossas horas

supremas.

   Deixo aqui patenteada a minha reverência

 a todos.

 

                        Antenor Rosalino  

terça-feira, 8 de novembro de 2022

LUAR AUSENTE



Na primícia do anoitecer,

A noite sem luar atemoriza.

 A lua abraçou as estrelas

Num grande espreguiçamento mudo...

E levando-as consigo partiu

Deixando fria lacuna

Na negra noite do mundo.

 

 O vento nos quatro cantos

 Perdeu seu doce frescor;

 Já não quer trazer dos campos,

 O suave aroma da flor!

 

 Daquele céu cambiante,

 Onde as estrelas brincavam

 Em radiante esplendor,

 Somente as falenas voam

 E os zumbis ziguezagueiam,

 Enquanto as cicatrizes trazem

 De volta esquecidas dores.

 

                Antenor Rosalino