terça-feira, 8 de novembro de 2022

LUAR AUSENTE



Na primícia do anoitecer,

A noite sem luar atemoriza.

 A lua abraçou as estrelas

Num grande espreguiçamento mudo...

E levando-as consigo partiu

Deixando fria lacuna

Na negra noite do mundo.

 

 O vento nos quatro cantos

 Perdeu seu doce frescor;

 Já não quer trazer dos campos,

 O suave aroma da flor!

 

 Daquele céu cambiante,

 Onde as estrelas brincavam

 Em radiante esplendor,

 Somente as falenas voam

 E os zumbis ziguezagueiam,

 Enquanto as cicatrizes trazem

 De volta esquecidas dores.

 

                Antenor Rosalino


4 comentários:

  1. Gostei muito de seu poema, caro Antenor, uma mostra
    da ausência do brilho da lua e das estrelas, restando,
    apenas, o breu da noite.
    Parabéns, poeta!
    Uma boa semana, um abraço.

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    1. Agradeço-lhe pelo incentivador comentário, Pedro.
      Ótima semana para você também e um cordial abraço.

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  2. Olá, Antenor, uma noite sem luar!!! Não consigo imaginar no momento, sem dúvida muito triste!

    "A lua abraçou as estrelas
    Num grande espreguiçamento mudo...
    E levando-as consigo partiu
    Deixando fria lacuna
    Na negra noite do mundo."

    Que poesia linda, sem dúvida que a lua é a principal inspiradora dos poetas, ao partir levou a alegria das estrelas e trouxe as dores de volta! Que lindo isso, Antenor!
    Que poema terno, delicado e de uma construção maravilhosa.
    O mundo anda assim, como seu poema, meio perdido nas tristezas...

    Aplauso daqui, amigo!
    Sua poesia guarda guarda vida, a realidade nas entrelinhas.
    Grande abraço e um feliz fim de semana.

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    1. Olá, Tais,
      Envolto pelo encanto de seu comentário que muito me honra só tenho a lhe agradecer, amiga. As suas profundas e belas palavras elogiosas trazem mais alegria às necessidades do meu espírito e do meu coração.
      Muito obrigado, terno abraço e ótimos dias para você também.

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