quinta-feira, 1 de abril de 2021

PANDEMIA


        Em tempos de pandemia

        O infinito fica triste

        E acinzentam-se as estrelas.

        Ah!  Se o mundo revestisse

        O brilho da natureza

        Sem o pesar que coexiste...

 

        No tempo assim tão cinéreo

        Ofuscam-se os arredores

        Não vejo o apogeu das flores

        Que emolduram altares-mores.

        Entre os olhares tristonhos

        Findam-se todas as odes.

 

        O vírus fatal se avizinha

        Dos sertões e das cidades

        Não escolhe suas vítimas

        Não lhe atinge as tempestades.

 

        A poesia pranteia,

        Porém insurge esculpida

        E traz, apesar de tudo,

        A esperança refletida

        Nos sorrisos das crianças,

        Nas lembranças mais queridas.

 

        Tudo passa nesta vida:

        Flores, plantas, animais...

        Porém, nosso ser eterno

        Não nos deixará jamais.

 

        Os cuidados necessários

        Não são por todos lembrados

        Daí o pranto, as angústias

        E o vazio do choro amargo.

 

 

                          Antenor Rosalino

2 comentários:

  1. Passando para lhe desejar uma Feliz Páscoa, abençoada e iluminada pela esperança e certeza de que tudo isso vai passar! Muito lindo, reflexivo e necessário para nos conscientizarmos da ação maléfica desse vírus, caso a gente não se cuide.
    Abraços fraternos!

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    1. Obrigado sempre, caríssima Lucia.
      Com certeza essa tão nefasta pandemia
      irá passar com a graça de Deus.
      Abraço com afeto e que a semana lhe seja
      promissora e feliz.

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