terça-feira, 15 de maio de 2018

A MÚSICA QUE NOS PERMEIA

                              


                                                                  



 Assim como o vôo livre dos albatrozes singrando os mares, a música invade nosso ser e nos arrebata a horizontes de sonhos. É uma arte sem igual e remonta a anos longínquos.
 Não há dúvida de que muitos são aqueles que, não sendo possuidores de audição, dariam tudo para ter o privilégio de deleitarem-se ao som de uma boa música usufruindo desse sentimento humano dos mais sublimes que tanto fala ao coração.
  Para aquilatarmos o quanto a musicalidade está presente em nossa vida, basta lembrarmos o que seria a entrada de nubentes na igreja para a consumação do enlace matrimonial sem o som característico de uma música, principalmente daqueles clássicos musicais de maior tradição.
  No alto das minhas muitas décadas de vida, ainda guardo, vividamente, as lembranças das tardes de domingo em que o som da Jovem Guarda dominava a alegria reinante da juventude de então.
   Notadamente, o tempo não consegue apagar de nossa memória a música I'm Kissing You – tema do filme Romeu e Julieta. As músicas ajudam os filmes a contar suas histórias. E são tantos outros temas de filmes históricos, novelas, etc. que seria impossível descrever tantas lembranças queridas.
  Muito dificilmente não encontramos nos momentos inesquecíveis o som comovente e enternecedor de alguma música, como os concertos de Mozart e Beethoven.
  Temos também os hinos que exaltam o sentimento de nacionalismo. E até mesmo as letras musicais rebeldes e/ou inconseqüentes são reconfortantes tendo em vista a imensa diversidade dos gostos musicais, como as músicas de nossas raízes e os sertanejos atuais, os tangos, boleros, sambas e as apoteóticas marchinhas carnavalescas.
  Para os amantes do futebol, que não são poucos, é um desfraldar de emoções a execução pelas bandas dos hinos dos clubes. Faz com que a alegria seja completa na esperança da vitória nas quatro linhas.
   Aprofundando um pouco mais nesse tema, podemos citar até mesmo que nossa fé crística se avulta quando ouvimos músicas sacras contemplativas.
   Para finalizar cito também aqui um exemplo doméstico: em Araçatuba, quando das magníficas apresentações nostálgicas do Grupo Amigos da Seresta, a platéia lotava os palcos do Teatro Municipal Castro Alves e, da mesma forma, isso ocorria quando havia essas apresentações em outros locais públicos. E são muitos outros eventos musicais que fazem com que essa arte vital reconforte nossos dias, tanto em nosso lar quanto nas ruas.
  Afloram-me à mente, inclusive, as cantigas de ninar e tenho em mim, que, é impossível acreditar que alguém não goste de música, cuja arte, por toda sua fantástica magia se afigura como sândalo reconfortante a permear nossas vidas, como a própria música do vento em premissas de vendavais.



                                                             Antenor Rosalino

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