quarta-feira, 28 de agosto de 2013

O que o espelho não revela



                                                                    


   Defronte a um pequeno espelho, mas não tão pequeno que não me fosse possível perceber com nitidez, as profundas rugas impostas pelas minhas já ultrapassadas seis décadas de vida, pude contemplar também nesse momento de rara reflexão, a minha outra face inocente e pura que a alquimia do espelho insiste em ocultar.

   No íntimo, bem nas entranhas das minhas vísceras, permeia a pureza e a ingenuidade do meu verdadeiro ser. Este sim é o meu melhor retrato, distante da Terra tristonha e poluída, que me trouxe rugas ostensivas, decorrentes do tempo sempre implacável.

   Assim, fora do espaço terrestre, essa minha fisionomia oculta vive a eternidade do tempo enquanto os meus olhos retratam os ocasos da vida – ora como névoas do passado, ora como bruma invisível no presente -, um viver repletos de experiências boas e ruins.

   Na quietude desse momento reflexivo, o meu pensamento foi despertado para os mistérios, as surpresas e os acasos a que estamos sujeitos a todo e qualquer instante.

   Nesta sensória introspecção, relembrei-me de quando eu ainda era quase uma criança, e na minha pureza e inocência de então, acreditava num mundo igualmente destituído de violência, egoísmo e desamor. Era como se o mundo respirasse o meu espírito e a vida deslizasse como um sonho...

   Com o transcorrer do tempo, conscientizei-me de que a vida segue no seu veloz compasso, fazendo estruturas piramidais em todas as esferas de seu domínio. Quando estamos num nível baixo, mantemos as mesmices de situações irrelevantes, sem observarmos perspectivas grandiosas e atemporais, mas quando estamos nivelados no topo ou próximo ao mesmo, notamos a diferença entre as coisas e entre as pessoas em suas diversidades de propósitos e sentimentos.

   Ao participar da tão agradável, salutar e interessante experiência chamada Escrevivência – um curso que, na verdade, é uma terapia -, pude perceber com bem mais precisão e objetividade, a diferença abismal que existe entres as pessoas: existem as sapientes, dotadas de comovente simplicidade e propósitos elevados que sempre marcaram suas vidas, como demonstraram ser todos os amigos e amigas deste maravilhoso projeto, contrariamente àqueles que simplesmente passam pela vida, sem deixar rastilhos de construtos admiráveis e exemplos a ser seguidos.

     A minha realidade, tal qual o pequeno espelho que me inspirou a esta narrativa, revela apenas as nódoas da idade cronológica, mas não revela verdadeiramente quem eu sou.

   Por trás do meu riso, às vezes até atrevido, aninham-se momentos felizes, de alegria invulgar em vários aspectos, mas também com profundidade e sem desfaçatez, ostenta a minha origem humilde e um pranto de dor vagueia nas lembranças do meu viver como órfão de pai desde os sete anos de idade, aflorando em minha mente todo o sacrifício da minha mãe para me criar dentro dos princípios morais, com os mesmos sentimentos fraternos e de retidão que sempre nortearam a vida dela e do meu pai.

     Em síntese, o espelho ostenta apenas a realidade presente, passageira e transitória do viver terreno; não revela que a minha fisionomia brilha do outro lado da vida, onde o meu verdadeiro ser envolto em laivos de poesia, vive a sua vida eterna.


Autoria:   Antenor Rosalino

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terça-feira, 27 de agosto de 2013

MALVERSAR

               

           


                 É revoltante e tão triste,
                 ter ciência da escalada
                 da corrupção permanente,
                 predominando sem tréguas,
                 na política malfazeja!

                 São tão poucos bons políticos,
                 devotados em sua nobre missão,
                 que seus projetos, por vezes,
                 tornam-se apenas maculadas gotículas
                 no mar dos atos ilícitos!

                 A educação não decola.
                 A saúde dos humildes: precária...
                 E as estradas? São muitas as inviáveis;
                 enquanto os nossos impostos,
                 são tão altos..., apavoram!...

                  E a devastação desenfreada
                  das nossas matas nativas?
                  - sem  fiscalização eficaz -,
                  mata aos poucos, sem fôlego,
                  o pulmão do nosso país!

                  Os maus exemplos propagam-se:
                  cargos criados em vão,
                  para poucas atribuições.
                  A malversação do dinheiro público
                  é festa nas repartições!

                  Somente o voto consciente,
                  sem pessoais interesses,
                  e os protestos construtivos,
                  em massa, a vicejar,
                  farão a equânime democracia
                  com solidez imperar!


                  Autoria:  Antenor Rosalino

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sábado, 24 de agosto de 2013

ENTREVISTA


 Entrevista concedida ao Folhetim Araçatuba e Região,
e publicada no site www.aracatubaeregiao.com.br, em
2011, onde a mesma poderá ser visualizada com maiores
detalhes.


01) Quem é ANTENOR ROSALINO?
Resp. Sou araçatubense, aposentado pelo serviço público municipal, tendo interrompido os estudos ao ingressar no 3º ano do curso de Ciências Econômicas, e aproveito esta maior disponibilidade de tempo para ler e escrever, que são coisas que sempre gostei de fazer, desde a minha juventude, quando a minha primeira crônica foi publicada no extinto Jornal A Comarca. Atualmente faço parte do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras.

02) Antes de começar a falar do seu trabalho, o que o Sr. tem a falar da sua cidade?
Resp. A minha cidade é o aconchego dos meus sonhos, das minhas raízes. É onde também nasceram os meus filhos. Eu adoro a minha cidade e fico triste quando vejo bloqueado o seu desenvolvimento por questões de incapacidade política.

03) O Sr. gosta mais de ler ou  de escrever? Por quê?
Resp. Se me permite, eu direi que não posso desassociar uma coisa da outra. Ler é uma necessidade para engrandecimento espiritual e para a obtenção de conhecimentos inenarráveis. Por outro lado, escrever também é uma necessidade que sinto de trazer à luz, o que está latente no mais íntimo do meu ser.

04) Quanto ao que escreve, o Sr. tem preferência por quais temas? Por quê?
Resp. Preferencialmente gosto de escrever poemas diversificados. Isto porque, eu não tenho um estro poético definido. Não me atenho a apenas um enfoque, como por exemplo, o amor. Gosto de escrever em tom poético tanto do amor como da natureza ou de qualquer coisa do cotidiano. Cito como exemplo, um poema que fiz recentemente sobre a lamentável tragédia em Realengo.

05) Com quem se identifica mais em suas obras? Por quê?
Resp. Identifico-me com o romantismo de Fernando Pessoa e de Machado de Assis, pois ambos expressam com invulgar lirismo não só as nuanças e complexidades do amor, mas também, a mais alta poesia da natureza e as venturas e desventuras do ser.

06) Como foi a ideia de começar a escrever'?
Resp. Desde a infância, eu já ouvia declamações e me emocionava. Na adolescência ouvia muitas crônicas poéticas pelo rádio. Certo dia de domingo, na minha juventude, caía uma chuva fina pela cidade, mas a noite estava convidativa e ainda pairava estrelas no céu. Neste cenário, deparei-me com alguns colegas de trabalho e, de repente, eu disse  a eles que iria escrever algo sobre aquela noite. E assim o fiz. No dia seguinte escrevi a minha primeira crônica.

07) O que o motiva a escrever? Tem alguma mania ao fazer? Algum "cantinho" especial?
Resp. A minha inspiração é motivada por qualquer coisa que desperta a minha atenção. Não tenho determinadas manias. Procuro apenas estar a sós com a minha imaginação.

08) Com toda certeza o Sr. já ouviu críticas sobre o seu trabalho. Como as encara?
Resp. Sim, já recebi críticas e as encaro como uma motivação a mais para aprimoramento dos meus escritos. Entendo que, quem não aceita críticas, não merece ser elogiado.

09) Falando sobre seus trabalhos, como decide sobre os títulos?
Resp. É preciso que o título traga abreviadamente, o enfoque daquilo que está sendo tratado. Todo o contexto deve estar ligado ao tema.

10) Como o Sr. estabelece uma relação entre o título e a obra?
Resp.  O título deve trazer o enfoque do contexto. Deve causar algum impacto que possa despertar a atenção do leitor para a idéia que o autor deseja transmitir.

11) Depois que coloca o título, em algum momento já quis mudar o título da apresentação?
Resp. Em algumas ocasiões, sim. Não pelo título estar em desarmonia com o texto, mas apenas por questão de estética.

12) Que reação o Sr. tem ao ver uma obra terminada?
Resp. A sensação que tenho é de um prazer incontido, por acreditar que sempre há alguém compartilhando com o meu pensar. Confesso, porém, que muitas vezes refaço alguns parágrafos ou versos, sempre em busca da perfeição por inteiro.

13) A obra "Paisagens Verbais" teve inspiração em quê? Ou em quem?
Resp.  Na verdade, o título seria Prisma Poético, porque eu gosto muito de utilizar metáforas nos meus poemas. Com base nisso, imaginei que esse título poderia ser, subentendido como paisagens que visualizamos poeticamente. Por exemplo, se eu me refiro ou escrevo a palavra estrelas, logo o leitor imagina um céu estrelado. Daí o título empregado. Entretanto, um dos meus filhos sugeriu o título Paisagens Verbais. Adorei a sugestão e assim ficou.

14) O Sr. ao preparar as suas obras tem em mente passar algum aprendizado (lição de vida)?
Resp. Eu sempre espero contribuir de alguma forma com o resgate da poesia em nossos dias atuais e, ao mesmo tempo, transmitir um sentimento que se identifique com pensamento do leitor e traga algum lenitivo para a alma.

15) Como é o "retorno" por parte dos apreciadores da boa arte da escrita? Deixa-o satisfeito?
Resp.  Surpreende-me a aceitação ao meu trabalho. Tenho recebido inúmeros comentários elogiosos, algumas homenagens e milhares de leituras estão computadas na minha página no site do Recanto das Letras, onde publico os meus escritos. Fico imensamente feliz e gratificado ao saber que o meu propósito não está sendo em vão.

16) O senhor participa de algum grupo de estudo ou associação cultural?
Participo da Rede Social Araçatuba que é fomentada pelo SENAC e do Grupo Experimental da Academia Araçatubense de Letras.

17) Aos estudantes, o que indica?
Resp. Que não desistam jamais dos seus ideais. Por maior que sejam as dificuldades, estas deverão ser enfrentadas com perseverança, pois o estudo é o único caminho para evolução do ser e do mundo. Além disso, a recompensa a este denodado empenho é de um valor indizível.

18) Qual recado deixaria aos leitores do site?
Eu gostaria que os leitores jamais deixassem de visitar este site e que, preferencialmente, o fizessem com constância e ajudassem no propósito altruístico do mesmo que é difundir e promover cultura e tudo o que Araçatuba e toda a região têm de melhor.

19) Como se pode ter contato com o seu trabalho?
Através da minha página no site do Recanto das Letras, cujo link é o seguinte: www.recantodasletras.com.br/autores/antenorrosalino
E para contatos: antenor.rosalino@terra.com.br

20) De certa forma, a partir das várias leituras que fazemos, gostamos de algum livro - porque nos marcou, ou por outras razões. Qual é livro que mais  o sr. gostou? Por quê? Indicaria aos estudantes?
Resp. Impossível para mim, designar apenas um livro, mas citarei aquele que mais gostei entre os que li recentemente. É de autoria do Dalai Lama (Prêmio Nobel), em parceria com Howard C. Cutler, cujo título é “A arte da felicidade” – um manual para a vida. Eu gostei pela capacidade que os autores tiveram de transmitir com simplicidade, clareza e objetividade, os pensamentos que nos levam a atitudes de plena harmonia física e espiritual. Sugiro aos estudantes primordialmente, livros de grandes autores, como este, por exemplo. Outro livro marcante: Helena, de Machado de Assis.

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sexta-feira, 23 de agosto de 2013

SONHO AVENTUREIRO

                   

                     


                      Marinheiro perdido,
                      O que há no teu ser escondido?

                      ... Brisa da alvorada,
                      Porto de um sonho aventureiro,
                      Guitarra lírica da lua,
                      Pérolas de outrora,
                      Oferendas luminosas,
                      Arco-íris de cintilantes cores...

                      Já não partirei sozinho oceano afora;
                      Lua prateada sobre mim flutua!

                              (Maria Cristina Bonetti)


                      Nos recônditos de minha alma,
                      Guardo segredos de um sol distante.
                      E nas ondas calmas dos verdes mares,
                      O meu pensamento em sonhos
                      Voeja perdido na prata dos luares!

                      As nuances da alegria postergada,
                      Dera lugar às minhas reflexivas preces,
                      E o meu ser assim se esmaece,
                      Na imensidão dos crepúsculos
                      E no plenilúnio deste céu em festa!

                      Atravesso as madrugadas
                      Reinventando a liberdade...
                      Buscando ao léu novo estro
                      Entre oferendas na amplidão que acolhe
                      O pulsar do meu coração liberto!

                                      (Antenor Rosalino)



                       Autoria:   Antenor Rosalino e Maria Cristina Bonetti

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O SIGNIFICADO DE UM FAVOR


                                                             


Comumente somos levados por circunstâncias as mais diversificadas, a solicitar determinada ajuda a alguém, assim como também quase sempre nos prontificamos a prestar algum favor solicitado.

  É natural que seja assim, pois vivemos em sociedade e seria impossível passarmos pela vida indiferentes a essa permuta de gentilezas e comunicabilidade, a qual, além de demonstrar a delicadeza do benefício, provoca real estreitamento da solidez de muitas amizades.

  O favor pode ou não ser solicitado. E ganha maior valor e notoriedade, quando é feito espontaneamente; quando notamos a necessidade de alguma pessoa e, evidentemente, desde que esteja dentro de nossas possibilidades, prontificamo-nos a ajudá-la. Tal atitude é tão admirável que chega a ser sublime! Transforma-se até mesmo num ato de caridade.

  Efetivamente, o favor só tem valor e significado de nobreza de sentimentos, se for feito sem o intuito da recompensa, com o único propósito de ajudar e ver a pessoa beneficiada feliz em seus propósitos.

  O difícil, portanto, em se tratando de ajudar alguém que pode até mesmo ser uma pessoa desconhecida, não é o favor propriamente dito, pois este sempre é feito dentro de nossas possibilidades. O difícil – e é aí que reside o valor da ajuda -, é nunca demonstrarmos o sacrifício que por ventura fizemos para que tal benefício se concretizasse e jamais pensarmos em ser recompensados.

  Não é raro, ao sermos esquecidos por alguém que ajudamos, sermos tentados a lembrar do que fizemos e mostrar o quanto estamos sendo injustiçados. Esta indignação precisa ser evitada, mesmo porque, ser ingrato ou não, é competência de cada um e não temos o poder e nem o direito de exigir reconhecimentos.

Da mesma forma, caso julgamos ser superiores aos condiscípulos, devemos fugir de ostentações banais e procurarmos ser modestos, pois o verdadeiro mérito não gosta de se mostrar.

  Existem pessoas que, inclusive, praticam atos caridosos e até mesmo se desfazem de certos bens ou valores materiais e fazem questão de se manter no anonimato.

  Qualquer que seja a atitude tomada, e sendo ou não reconhecidos, o importante é continuarmos disseminando sementes de benevolência e simpatia, muitas das quais, certamente se perderão pelo nosso caminho, mas, uma só que vier a frutificar, será suficiente para valer a pena por todos os nossos atos de amor perfeito e exemplar solidariedade.



Autoria:   Antenor Rosalino

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E AGORA, JOSÉ?



                                                                 


          José e Joaninha eram namorados e, aparentemente, se amavam muito.

           No dia do aniversário de José, Joaninha esqueceu-se da data festiva
   e nem sequer o cumprimentou. Passados alguns dias, muito decepcionado
   com a atitude da amada, José lhe falou:

            - Querida, você acredita ser possível esquecermos o dia do aniversário
   de quem amamos? -  E Joaninha respondeu-lhe demonstrando indignação:

             - Absolutamente não, José; se alguém diz que ama, mas esquece o dia
   mais importante da vida do ser amado, é por que não o ama verdadeiramente.
 
             E assim, estarrecido, José falou de si para si:

                                    “E AGORA JOSÉ?”



Autoria:  Antenor Rosalino

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ENTARDECER


                                                        
                      

A tarde cai tristonha e serena,
Trazendo o enternecimento crepuscular
Que se entranha com o aroma embriagador das flores
E com a harmonia dos passarinhos em cântico sublimar!

Nesta hora calma e singela,
A natureza brilha em seu apogeu,
Depurando os seres para a reflexão
Do perfeccionismo do amor de Deus!

O sol ainda faísca o colorir de seus matizes
Antes de ajoelhar-se no horizonte
Dando adeus ao encanto dial que o diviniza!

Sob o azul do infinito as montanhas até parecem
Perfilarem altivas buscando o céu
Em singela calma entoando preces.



Autoria:   Antenor Rosalino

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segunda-feira, 19 de agosto de 2013

CORAÇÃO ENAMORADO

    


                     



A areia levada pelo vento
Na tarde de sol e calor,
Faz com que eu regue as minhas lágrimas
E as transforme em poesias
De almejadas felicidades.

As minhas letras sentimentais
E por vezes tristes,
São canções que vêm do âmago
Onde cultivo a esperança que não morre
E me faz ressurgir a cada dia
- como penumbra sorrateira -,
Emergindo com sorriso atrevido,
E, despido de temores,
Vou te amando sempre mais...

Em horizontes indefinidos,
Percorro labirintos de emoções e sigo,
Entre muralhas invisíveis de sentimentos
Flutuando em delírios
Por caminhos traçados
Nos dias que vão marcando
Recordações acalentadas
No meu coração enamorado.



Autoria:  Antenor Rosalino





quarta-feira, 14 de agosto de 2013

REENCONTRO



     


Na jornada íngreme do caminho traçado,
Em meio à castanitas e abandonadas esculturas,
Olhando para o céu com olhos marejados
Redescobri em floradas a voz da minha amada.

Nossos momentos vividos
Num colorir de paisagens sublimadas,
Volta-se para mim agora
E mergulhamos neste amor de quimeras represadas!

Os queixumes do ciúme degradante aprisionavam,
Ofuscando a sutileza insólita
Do nosso laço amorável!

Vejo agora a esperança renascer como uma fênix
Na mais doce esperança esculpida
Sob um céu estrelado de verdade intuitiva.



Autoria:  Antenor Rosalino

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PERFIS DA SAUDADE




                          

                     
 
O meu pensar desvanecido em sonhos
Voeja na imensidão dos sentidos,
Absorvendo venturas e desventuras,
E diluindo alegria e pranto!

A saudade latente não reconhece
As pequenas emoções sentidas.
Só tem olhos para as comoções
Que fazem sorrir ou chorar.

A intuição expandida em minha volta
Abriga centelhas de bênçãos divinais
Ao mesmo tempo em que ostenta
Tristezas que o meu coração recrimina.

Entre lágrimas e sorrisos
Escoando em meu caminho,
Em teu ser encontrei meu norte
E em teus braços a realização carnal.

Fazendo silhuetas de ti
Desfaço os laços da saudade cega
Que abriga os suspiros sentidos
E deixo a vida falar por mim.


Autoria: Antenor Rosalino

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terça-feira, 13 de agosto de 2013

VIVER E MORRER



                                                         


Cumprindo a sua trajetória existencial, em meio às opiniões diversificadas, favoráveis ou contrárias sobre a existência de outras vidas futuras, o ser humano nasce e, desde os primórdios da infância, recebe aconselhamentos e sugestões a respeito de religiosidades, as quais, muitas vezes acabam se tornando o alicerce de toda a sua vida futura.

  Dependendo das sugestões recebidas, o indivíduo poderá se tornar em tão ferrenho defensor de certa ideologia que, como se tivesse passado por uma lavagem cerebral, ser capaz de agir de forma condenável, no intuito de fazer valer o seu modo de pensar, podendo tanto pregar o ateísmo com perfil de zombaria, como, em outro extremo, brutal e de total ignorância, praticar até mesmo atos criminosos com os semelhantes ou com animais inferiores, em oferendas e rituais ditos divinos, mas que, na verdade, são destituídos de qualquer sentido, numa demonstração de irracionalidade descabida, pior do que a dos próprios animais irracionais.

  Além da necessidade de se evitar o extremismo, é necessário o respeito à condição religiosa de cada um e também aos ateus, mesmo porque, são muitos os descrentes no Criador e na existência de outros planos existenciais, mas, na vida prática, são pessoas íntegras, cumpridoras de seus deveres de cidadãos, solidárias e misericordiosas, ao tempo em que, são muitos também os pregadores do amor de Deus que agem contrariamente ao que pregam. São incoerentes e, portanto, desavergonhados.

  Não se sustenta por muito tempo as belas e veementes palavras proferidas por religiosos se não forem seguidas de exemplos dignos e iluminados.

  Toda essa polêmica tem origem naquilo que nossos pais ou a sociedade impregnaram em nossa mente. Dificilmente encontramos alguém que por si só, individualmente e com serenidade e paz no coração refletiu sobre a sensata realidade das coisas nesse sentido e fez a opção que o seu coração sugeriu.

  É profundamente sugestivo pensar que devemos viver o presente com entusiasmo e dignidade, sem preocupações futuras no que tange à existência ou não de outros planos espirituais, na certeza de que, quando a morte for se aproximando, teremos uma das duas vertentes: para os crentes, estaremos mais perto do Criador, e para os descrentes, tudo estará finalmente consumado. É o fim e nada mais virá...

  Sábia é a citação de Sócrates de Atenas, o qual, aliás, nada deixou escrito, como a desejar mostrar que mais do que as palavras, os atos e os exemplos ficam. Dizia Sócrates: “se a morte é o fim de tudo, que bom! E se é um reencontro com os nossos entes queridos, que bom também”.


Autoria:  Antenor Rosalino

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MUTAÇÕES

     
                     



Ontem, um céu cinéreo e triste,
Ofuscava a prata do luar.
Hoje, as estrelas felizes
Refletem seu brilho no mar!

Ontem, meus olhos em trevas
Buscavam em vão seu olhar.
Hoje, os nossos olhos vívidos,
Fazem festa ao se encontrar!

Ontem, as flores campestres
Murchavam suas pétalas sem cessar.
Hoje, em campos floridos,
Voltam os pássaros a vicejar.

Ontem, os meus suspiros tristes,
Eu procurei ocultar.
Hoje, o meu canto faz eco
Nas montanhas de além mar!


Autoria:  Antenor Rosalino

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REALENGO DE LÁGRIMAS




                      



O sanguinário ensandecido,
Dera vazão ao seu lastro hediondo,
Descarregando sua fúria incontida
Contra a inocência de sorrisos apolíneos!

A mais cândida pureza e alegria
Refletida nos olhares dos jovens estudantes,
Transmudara-se em fisionomias sombrias,
Aterrorizadas pela dor estonteante!

Em momentos de tortura inimagináveis,
O país registra extaticamente,
O massacre no Realengo...

E até o sol perde o brilho,
Na atmosfera fria, fosca e triste,
De corações esmaecidos pela clausura insólita
Que transforma a acolhedora escola,
- num átimo inusitado -,
Em gólgota de sangue
Perdida num vale de lágrimas!


Autoria:  Antenor Rosalino

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MADRUGADA VAZIA




                     



O silêncio profundo da noite
Causa névoas de inquietação na minha alma.
E cada momento aflora
Sentimentos de insólita solidão!

A luz nívea e triste da lua,
Projeta sombras exóticas pela rua
Onde somente os meus passos firmes
São ouvidos nas penumbras taciturnas!

Como o vai e vem do pêndulo
De um relógio prisioneiro de si mesmo,
Sigo incerto pela rua deserta
No compasso ininterrupto do tempo.

As horas avançam na madrugada vazia
Até que a alvorada enuncia
Delírios de ternura incontida
Na íris de um novo dia!



Autoria:   Antenor Rosalino

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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

VERSOS DOURADOS

               

               


                 As horas trazem versos ao poeta
                 Nas noites mudas em que o amor suspira,
                 Esboçando belos poemas
                 Que se projetam no néon das ruas!

                 Tecendo com fios de ouro
                 Num engenhoso bailado sem fim,
                 Busca no riso, no belo e na dor,
                 Os mais eternos e profundos temas!

                 A inspiração se faz
                 No silêncio que dilata a alma,
                 Ampliando os horizontes da imaginação,
                 Numa inspiração sublimada e pura!

                 Entre rendas e cetins douram os versos
                 Reluzentes sob a amplidão dos céus,
                 Faiscando em cada olhar sonhos de amor
                 Sob a luz de candelabros em carrossel.



                 Autoria:  Antenor Rosalino e Maria Cristina Bonetti

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segunda-feira, 5 de agosto de 2013

DESCOBERTAS



             


Vivi um mundo de sonhos,
Fantasias e ilusões!
Ousei descrever a vida
E os seus doces mistérios
Com laivos de poesias!

Caminhei por trilhas incertas,
Busquei apogeus de paz.
Descobri quimeras e dor,
Mas, sobretudo, a certeza
Da complexidade do amor!

Desejei avidamente,
Que seus olhos anelados
Brilhassem só para mim,
Mas descobri, afinal,
Que inversamente eu devia
Deixar-te olhar para todos,
Pois só assim eu saberia
Se os seus olhos, na verdade,
Brilhavam só para mim!

Pouco a pouco, num encanto,
Na inocência do seu riso eu percebi
Que os seus olhos fazem festa,
Brilham e dançam só por mim!



Autoria:  Antenor Rosalino

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REDE SOCIAL ARAÇATUBA


                                    
                                
Acróstico em
Homenagem à
Rede Social Araçatuba


               Rede Social Araçatuba


         Redivivas esperanças de sonhos acalentados
Envolvem com amorável solidariedade,
Denodados corações, predestinados
Em alavancar desenvolvimentos sustentáveis.

Surge assim, no âmago da sociedade,
O valoroso trabalho social,
Consolidando em realidade,
Imagens projetadas do passado,
Aflorando e trazendo à luz,
Ledas ideias sublimadas!

Atemporais benefícios são advindos da
REDE SOCIAL ARAÇATUBA!
As ideias são manifestadas como preciosas dádivas,
Consumadas em trabalho digno e desinteressado.
As causas sociais aflitivas e inglórias,
Tão efusivamente evocadas,
Uma a uma vão sendo solucionadas, e, como
Bálsamo de pétalas permeando a alma,
Abençoados benefícios imortalizam-se na memória.



Autoria:   Antenor Rosalino

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