Nostálgico pensar na solidão
aflora o meu âmago mais profundo
em vãs interrogações sobre
a
transitoriedade presente
que faz os doces momentos,
tornar-se doídos lamentos.
Derrama-se na minha alma
lágrimas de negra melancolia,
enquanto uma cintura lânguida
de brancas nuvens
passa, dando adeus
ao crepúsculo vespertino.
Como o pêndulo indiferente
de um relógio que segue,
oculto-me por trás de palavras
perdidas e esquecidas,
em busca de coisas
que nunca são encontradas.
Em noites claras, mal dormidas,
as florestas ecoam meus suspiros
entre sonhos dissolvidos
no meu hábito de exaltada ternura,
à
procura do que ontem era tudo
e
hoje, o prado só medra abrolhos
e
nada mais se fecunda.
Antenor
Rosalino
Rosalino,
ResponderExcluirque beleza melancólica em seus versos…
Eles carregam o peso da solidão, mas também a delicadeza da contemplação. É como se a sua poesia transformasse a dor em paisagem, e a nostalgia ganhasse voz no silêncio do crepúsculo.
O tempo, o pêndulo, os abrolhos tudo se mistura ao coração humano, que tantas vezes procura o que ontem era tudo e hoje parece nada.
Obrigada por compartilhar essa emoção em palavras. Elas tocam fundo e nos fazem refletir sobre a transitoriedade que todos vivemos.
Um abraço meu amigo!
Fernanda