A natureza intuitiva da qual somos dotados,
nos mostra a cada dia e sempre mais, que, as lembranças inesquecíveis que ficam
definitivamente incrustadas no mais íntimo do nosso ser não são aquelas que
foram pautadas em trivialidades, nas coisas banais do cotidiano, mas sim,
aquelas que nos causam comoção que pode ser tanto de alegria quanto de
tristeza.
No transcorrer da existência humana,
vivenciamos abundantes bênçãos divinais, as quais, não só deixam marcas
imorredouras de gratidão, como também provocam mudanças comportamentais. São
muitos os casos de pessoas que após passarem por cirurgias dificílimas, como
foi o meu caso, ou de terem sido salvas milagrosamente de uma tragédia
qualquer, renascem para a vida com a alma mais leve e plena. Tornam-se bem mais
compreensíveis e aquiescentes. Outras existem que, após experienciarem uma
grande desilusão amorosa, a perda de um ente querido ou derramarem prantos de
dor motivados por intempéries do acaso, começam a olhar a tudo e a todos com
mais cautela, sem a mesma confiabilidade de outrora e vagam temerosos de uma
nova desilusão. Um exemplo tácito de que a saudade só é latente quando provém
de um acontecimento profundo de dor ou alegria, é o fato de ser um dos temas
mais explorados por poetas e poetisas de todo o mundo, os quais tratam a
saudade com tal profundidade e lirismo em seus poemas, odes e contos
apaixonantes, como se este sentimento fosse o porto derradeiro dos seus
corações.
A flecha da saudade, portanto, não fere
apenas os corações esmaecidos por uma felicidade que tenha marcado a nossa
vida, como por exemplo, as lendas inesquecíveis da infância, que ficam para
sempre incrustadas na memória, mas também, os corações nos quais repousam o
amargor de alguma desventura ou desilusão que insiste em visitar vez por outra
os nossos corações, trazendo-nos angústias e névoas de desesperança aos nossos
sonhos e projetos futuros.
Somente as lágrimas provocadas por intensa
felicidade ou por profunda dor, trazem a nostalgia silenciosa que invade as
nossas vísceras e, sorrateira, perturba ou alisa a nossa calma.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
Lembranças são sombras que não se afastam, não deixando esquecer! Bom dia, Poeta...Profundo e reflexivo texto sobre lembranças...Parabéns, ficou perfeito! um abraço, ania..
ResponderExcluirBom dia, Ania. As lembranças são mesmo névoas difusas a permear nossas vidas. Felizmente existem aquelas que nos são mais queridas e trazem certo lenitivo para o coração. Obrigado pelo gentil comentário e um abraço de carinho.
ExcluirBoa tarde, Antenor! Que belo seu texto, as adversidades e obstáculos servem para lapidar alma e coração, as alegrias para rememorar os bons momentos, e assim vamos vivendo entre lembranças. Gosto de vir aqui tomar um banho de ensinamento, Meu terno abraço.
ResponderExcluirDiná
Bom dia, Diná! É muito acertado o seu pensar sobre as lembranças, querida amiga. Agradeço-lhe muitíssimo pela pela prazerosa visita e pelas palavras de carinho e incentivo.
ExcluirAfetuoso abraço.