Desde os primórdios da infância, somos
levados a obedecer aos pais e superiores nos diversos segmentos e classes
sociais.
É evidente que, no contexto social - assim
como os animais nos exemplam em suas organizações de sobrevivência -, devemos
seguir determinadas leis, regras, sistemas e regulamentos, sem as quais seria
impossível o fluxo normal de toda e qualquer organização.
Entretanto, no meu modo de pensar, não
deveria haver tanta rigorosidade em certas fases de nossa existência.
Quando os afazeres e obrigações que nos são
determinados ou os esforços mentais e físicos que nós mesmos nos impomos para a
conquista de um objetivo forem definitiva e satisfatoriamente realizados, não
há razão para ficarmos continuada e indefinidamente reféns de uma expectativa
já conquistada, ou, o que é pior, deixar de preservamos a saúde e nos
agarrarmos a uma luta ferrenha e desenfreada com o olhar voltado única e
exclusivamente aos bens materiais, na busca da expansão patrimonial, quando o
maior patrimônio e a maior dádiva de nossas vidas é o bem estar físico e
mental.
Causa ainda maior tristeza e estarrecimento
constatarmos os casos degradantes daqueles que, já tendo conquistado
patrimônios admiráveis, não se importam em arriscar e própria vida e prejudicar
pessoas puras e inocentes, muitas vezes utilizando-as como se as mesmas fossem
marionetes em suas mãos, manipulando-as em jogos sujos para a conquista de
sempre mais...
Exemplos
não faltam, principalmente em se tratando de homens públicos, muitos dos quais,
se afiguram com irretocável integridade para a população, mas, no reduto
secreto de suas intimidades com os iguais, caracterizam-se pela total falta de
escrúpulos e de valores morais, aprisionados na ânsia incontida de perpetuar no
poder a qualquer preço, promovendo corrupção e emperrando o desenvolvimento da
nação. Não possuem a dignidade de desejar a felicidade, o progresso e o
crescimento das pessoas. Contrariamente aos grandes nomes da humanidade, não
possuem a sensibilidade de observar que, quanto mais baixo for o nível da
população, mais sujeitos estarão a viver num mundo hediondo, distante do
sentimento fraterno e solidário, tão
importante para a disseminação da paz.
Tão necessário quanto à disciplina, é a
meditação e até mesmo não fazer nada em certos momentos e fases da vida;
despreocupar-se de tudo e de todos e, com olhar controverso na alquimia do
relaxamento, deixar que o ser se encontre em unicidade com a paz da natureza
para que esta lhe fale ao coração.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
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