sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Fluência das Nuvens



Passa uma nuvem serena,
Cruzando o encanto do céu!
De cor clara, tão amena...
Ostentando-se ao léu!

Desfilando formosura
Na calma da amplidão,
Não se prende em clausuras
Seu livre e fugaz condão!

A lua sorri feliz!
Abro um sorriso também,
Quando as névoas pueris
Devagar seguem no além!

Quando a magia esplendente
Desse encanto se desfaz,
Fico triste a esperar
A outra nuvem que vem..
.
Porém, fecham-se cortinas...
Ficam os pássaros mais aquém,
Quando a chuva vem mostrar
Que as nuvens choram também.



                      Autoria: Antenor Rosalino

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Nostálgico entardecer


                    
                                                     
                  
                  Fim de tarde...
                  Além das montanhas
                  e de vastas plantações,
                  rubro sol se vai num derradeiro adeus!

                  A noite vem lenta e mansamente
                  com seus anjos que trazem esperança aos ateus.

                  Almas recolhem-se em preces,
                  esperando por um novo poente...

                 Olhares apolíneos voltam-se para os céus
                 e na amplidão do nostálgico horizonte,
                 um arrebol de matizes se faz dolente!

                 Na solidão das horas de vigília,
                 silenciosas lágrimas de ternura
                 se confundem com os pássaros
                 que ruflam suas asas
                 em cândido aspergir reluzente!

                 Num derradeiro aceno ao
                 crepúsculo vespertino,
                 a noite abraça a Terra,
                 e postergadas lágrimas caídas
                 dão lugar a sorrisos inocentes
                 e olhares de esperança
                 que se perdem pela noite
                 para encontrar  no amanhã
                 doces sonhos  redivivos!


Autoria: Antenor Rosalino e Cristina Bonetti

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ZÊNITE



                          


                                   Um dia deixarei a ilusão vil e efêmera
dos ofegantes terráqueos
para viver plenamente, em profusão,
toda pureza da verdade eterna.

Distante das amarras disfarçadas
de preceitos e ideologias vãs,
serei liberto e puro
na calma do meu céu!

Sem vestígios de máculas
e da dor inútil,
apenas paz...,  avivando o meu ser
em gloriosa sublimação!

E no aconchego da sublime morada,
liberto do tempo e do espaço,
distante das formas da ilusão,
meu ser se exaltará
em amor perfeito,
junto a Deus, eternamente!



                      Autoria: Antenor Rosalino

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

SUBLIMAÇÃO




A brisa mansa vagueia
Nas tardes do meu rincão,
Trazendo o aroma que enleia
Meu estro de inspiração!

Vejo as pétalas na roseira
Flamejando-se ao ar!
E o sol poente permeia...,
Convidando-me a sonhar!

Na vida dial, neurastênica,
Sou assim: um sonhador!
Sonho paisagens edênicas
Com ninfas e mimos em flor!

Quando me ponho a sonhar
Em aquiescente langor,
Deixo o coração aflorar
Dourados construtos de amor!

A natureza impoluta
Descortinando o seu rito,
Enleva meu ser dissoluto
Às lendas, paixões e mitos.

Só não atino na vida,
Com alaridos, guerras e ágmas
Que transformam chuvas de mísseis
Em púrpuras torrentes de lágrimas!


Autoria:  Antenor Rosalino

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Estrada Aberta



                                                               
Ao longo da estrada aberta,
Palmilho na alegria das manhãs de sol,
A terra fresca de gramas verdes, orvalhadas!

Busco o limiar, onde o horizonte abraça a vida,
Doura o curso dos dias
E impulsiona, em doce frenesi,
O meu pulsante coração!

Não tenho olhos para a desventura.
Como posso desviar o olhar
Da magia de um céu
Emoldurado de ternura?

Esse caminho de luz
Enternece-me de gratidão,
Alegrando o meu caminhar
Pelas veredas do amor
Fundamentado na razão.



Autoria: Antenor Rosalino

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segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

O silêncio do amor






 
O amor surge na Terra, com essência
de ternura sob diversos aspectos.
É paciente, como o olhar materno,
a acalentar o frágil filho
no seu colo de açucena!

Não  se apega aos laços da fúria
incontida do egoísmo e da dor inútil.
Não é o primeiro, nem o último,
é simplesmente amor...
Espelhando  brandura pelas veredas da vida!

Assim como as flores, que enfeitam
tanto os terrenos íngremes como
as vinhas férteis, o amor floresce
no bem, mas compreende o mal e perdoa,
silentemente, os deslizes mortais.

Reflete os seus aspectos numa palavra amiga,
na doçura de um sorriso apolíneo,
no silêncio enternecedor dos corações,
onde as mais belas palavras são ditas
pela diadema luz de um olhar!

Como um mimo frouxel de ninho,
é leda espera constante e não perece,
nem mesmo na amplidão da madrugada triste,
quando deixa de ser espera
para se tornar saudade!...


                                Autoria: Antenor Rosalino

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NATUREZA



                                                                             


A natureza em silêncio
Escuta os meus desabafos,
E eu ouço os seus conselhos
No mistério dos seus atos.

Às vezes me desafia
Nas entranhas do meu ser,
Mas é minha companheira...
Oh! Anjo do meu viver!

Maravilhado pelo perfeccionismo
Disseminado de beleza
Espelhando a vida,
Curvo-me em reverência
À minha idiossincrasia,
Perpetuando Deus
No viço dos dias meus!



                                       Autoria: Antenor Rosalino

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sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Versos Segredados



                                                                

PENSAMENTOS


 
Ninguém é insubstituível, mas, existem pessoas que, pelo seu dom de doçura, deixam marcas imortais.


Entre os deslizes e frustrações de uma vida a dois, a traição é a que mais causa repugnância e dor; razão pela qual, é a que mais justifica a separação conjugal.

Quando repensamos nossas vidas e procuramos inovar nossos valores, não temos tempo a perder com atitudes insensatas e coisas tristes do passado,pois nosso pensamento passa a focar-se apenas na construção de um presente harmônico, visando um futuro de paz

  A dor é, sem dúvida, inevitável; porém, torna o ser humano mais humilde e depura a alma para experiências futuras.
                
Amar envolve renúncias. É preciso persistência para o enfrentamento muitas vezes enfadonho e sem perspectivas, e olhar a pessoa amada com olhos iluminados de gratidão e misericórdia.  

A separação ocorre, muitas vezes, quando um coração apaixonado vê, primordialmente, o seu amor no mundo. E o outro coração vê, sem distinção, todos os amores do mundo.

As melhores amizades não são pautadas em ocultas intimidades, mas sim, na suave transparência da quietude de uma conduta exemplar e ilibada.
             
 O verdadeiro amor não aprisiona, mas requer responsabilidade mútua, e o cuidado de não provocar ciúmes à pessoa amada.

O amor...,um dom supremo, inerente ao ser humano, sem o qual, as trevas prevalecerão sobre a luz e não enxergaremos o horizonte estelar.

Quando o jovem atinge a maioridade, não possui, obviamente, a experiência de vida de um ancião. Porém, a maturidade adquirida até então e o seu esclarecimento sobre todas as coisas, serão os mesmos sentimentos que o seguirão sem alterações por toda a vida. Raríssimas são as exceções.

Quanto maiores forem os obstáculos para a união com quem se ama, maior dimensão ganhará esse amor. 

Quando a procura é exagerada e unilateral a determinado amigo ou amiga, torna-se prova cabal de carência afetiva, por trás da qual, pode estar oculto um coração apaixonado.

Os amores mais duradouros não são pautados apenas em palavras bonitas e amorosas, mas sim, e, primordialmente, com provas reais e concretas de fidelidade, companheirismo e até mesmo, com o holocausto da própria vida.

Lembremos que a beleza física e os bens materiais são tão breves como a própria vida, e os esqueletos são todos da mesma cor. Portanto, orgulho e preconceitos raciais são infundados – não têm razão de ser.


        Autoria: Antenor Rosalino

SENTIMENTOS



                                                           


 Há um aspecto relutante entre a mórbida paixão e a amizade verdadeira, A paixão tem perfil de posse. Os enamorados dominados pela volúpia do amor, só têm olhos para o seu bem querer, sufocando-o inconscientemente, e, aos poucos, vão se frustrando na tentativa de moldar um ao outro a seu bel prazer.

 Não me refiro aqui, aos enamorados que nutrem em igualdade de condições, aquela paixão salutar, caracterizada pelo ardente desejo de estar a maior parte do tempo possível com a pessoa amada, pelo prazer da companhia e da cumplicidade. Eu falo da paixão exacerbada, que ultrapassa os limites da sensatez e do espaço próprio, para tentar protelar o domínio pessoal e restrito do outro.

  A amizade, pelo contrário, é a essência eterna da solidariedade. Não tem amarras de domínio, é liberta, é sentimento nobre, isenta de interesses de reciprocidade. Gostamos dos nossos amigos e isso basta.

  Emprestamos-lhes o ombro afável, quando lágrimas rutilantes brotam dos seus olhos fatigados pelas adversidades.

  A ajuda, o consolo, estão sempre presentes e, mesmo na alquimia da distância, o calor da amizade aquece o coração e emite metafisicamente, raios de luz à pessoa amiga, em esperança de recebê-la num dia qualquer, de repente, e ver a felicidade vívida aventar-se no espaço, consumar-se em seu sorriso e comungar com nosso abraço.

  Assim como há casos e histórias apaixonantes de amores nascidos à primeira vista, é bem verdade também que, em muitos casos, ao perdermos tempo com alguma pessoa pela qual nutrimos um sentimento real de amizade, respeito e admiração, aos poucos a pessoa para a qual desejamos apenas a sua felicidade, sem pensarmos em reciprocidade de sentimentos perceberá que, surpreendentemente, passamos a representar muito para ela também, e não seria surpresa ouvirmos da pessoa a quem tanto devotamos afeto, respeito e admiração, a seguinte afirmação: “perdendo o seu tempo comigo, tornastes importante para mim”.

  Portanto, numa análise clara da situação, não se trata de perda de tempo, em caso de uma amizade aparentemente unilateral, pelo contrário, esta é uma das mais admiráveis provas de carinhosa amizade que podemos demonstrar por alguém, sobrelevando-se ainda, que não estará fora do contexto a afirmativa de que há tanta complexidade no amor e nas coisas do coração, que somos capazes até mesmo de amar uma pessoa que não vemos ou com a qual não temos maiores contatos.

  Fundamentalmente, a amizade é isso: uma desinteressada e afável solidariedade, cujo sentimento de tão nobre, até mesmo pode transformar-se em amorável cumplicidade transcendental.



        Autoria: Antenor Rosalino

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O Retrato




                                       


                                        Enxugando o meu pranto em silêncio
                                        Movido pela dor da ausência sua,
                                        Deixei cair em seu lívido retrato
                                        Cálida lágrima de ternura!

                                        A gota prateada reluzia
                                        Bem dentro dos olhos seus,
                                        Refletindo em fragmentos
                                        A tristeza dos olhos meus!.

                                        A moldura do retrato esbelto
                                        Simbolizando escultura,
                                        Descortinava a beleza
                                        Da sua doce candura!

                                        Esse amor inesquecível
                                        De embriagadores afagos,
                                        Verte em meu ser a lembrança
                                        Da aurora da minha vida!

                                        A visão da sua imagem
                                        É nostálgica, mas benquista:
                                        Agridoce que retira
                                        Da minha vida a desdita.



                                         Autoria: Antenor Rosalino

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segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

PRISMA POÉTICO



                                                                            


Decidi fazer um poema. Sim, um poema diferente,
inesquecível, que trouxesse nas entrelinhas, inefável
formosura para gáudio e alegria das
multidões esquecidas!

Busquei em terras distantes,  a inspiração desejada
para os meus versos perfeitos: formatados
livremente com um quê de sutileza que levasse à
modorra, turbas de almas plangentes!

De repente..., pressenti, num suspiro ao entardecer,
que a poesia se espreita não tão longe, mas
bem perto. Não se oculta nos palácios, onde afetos
são venais, mas sim, nas pequenas coisas,
na doçura de um sorriso, no cantar de rouxinóis...

Minha pretensão momentânea de ser um poeta maior,
buscando em distantes plagas o mais etéreo versar,
foi apenas ledo engano..., pois nesta vida não há, um
poema  mais perfeito que o próprio sol a brilhar,  na
terra, no mar, nas fontes a cantar... e a brisa mansa
afagar belas noites de luar!...

Mesmo as palavras mais lindas de enamorados
eternos, não são ditas pelos lábios, as quais, voam como
as falenas, mas sim, pelo doce encanto
de olhares meigos, serenos...

Agora em minha quietude, entre as cortinas
inquietas, os poemas fazem ninho
no meu coração liberto!



Autoria: Antenor Rosalino

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ÍRIS DE UM PÁSSARO AZUL





                                           ...sobre caminhos abandonados,
                                           um pássaro azul em vôo largo,
                                           bendito, devastando o infinito,
                                           traz a lenda da esperança!


                                           Música divina! Luz final entre a neblina...
                                           Água fresca das fontes
                                           perdidas em largos horizontes!
             
                                           Borboletas, jasmins e violetas
                                           sentem a sua passagem
                                           no céu da tarde vermelha!


                                           E segue o pássaro azul,
                                           - livre e solto como a brisa -,

                                           nas encostas e colinas
                                           com asas da cor do céu...


                                           Buscando na imensidão infinda,
                                           seu abrigo em regozijo
                                           às divícias que fecundam
                                           girassóis de arco-íris
                                           ...no firmamento apolíneo!
 
                                      
                          Autoria: Antenor Rosalino e Maria Cristina Bonetti

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A FLOR E O COLIBRI

                           


                                                       Tu és a flor!
                                                        Sou teu colibri
                                                        Em êxtase de amor
                                                        Que outrora não senti!

                                                        Um colibri enamorado
                                                        Que na fonte do teu néctar,
                                                        Empreende acrobacias
                                                        Só para te ver sorrir!

                                                        Oh, flor! Tu representas
                                                        A poesia latente
                                                        Do cinzelar da natureza...

                                                        Sou teu colibri a fugir
                                                        Das chibatadas dos ventos
                                                        Para encontrar-te sorrindo
                                                        Nos teus folíolos que encantam
                                                        O pergaminho do tempo!

                                                        Linda flor,  teu doce néctar
                                                        Transbordante é todo meu...
                                                        Saciarei os meus desejos
                                                        Entre carícias e beijos
                                                        Na bênção que Deus nos deu!


                                                            Autoria:Antenor Rosalino/Cristina Bonetti


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sábado, 8 de dezembro de 2012

Meu amor!





Deixa as ondas do vento, tocar-te com mansos uivos,
e cobrir os teus encantos com o azul manto da lua!

Deixa os mistérios marinhos, de praias distantes, desertas,
banhar tua pele morena, com verdes águas serenas!

Deixa o amor levar-te ao horizonte infinito, onde
a verdadeira vida sem vestígios de perfídias,
faz seu rito de alegria.

Deixa os teus pensamentos mais puros, espraiarem
lampejos divinos em tua mente aberta, num
permanente exercício de lucidez plena e certa.

Deixa os teus cabelos negros, nos teus ombros repousarem,
esvoaçando-se  ao vento e refletir  em fragmentos
a liberdade no ar!

Deixa tuas mechas macias segredarem teus desejos,
e os teus olhos inquietos, aos meus olhos revelarem.
Deixa-me sonhar teu sonho na ternura
do teu leito, para sempre...,  meu amor!


Autoria: Antenor Rosalino

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Estação Saudade

                                       


                                                                                          


                                       A primavera florida,
                                       As orquídeas, os crisântemos,
                                       Os lírios, as azaléias,
                                       Os verdes campos..., o mar!

                                       O cantarolar da passarada...
                                       A noite enluarada...
                                       Seus olhos a cintilar!

                                       A primaveril estação
                                       Encantou meu coração.
                                       Paralisou a eclipse
                                       Em repleta liberdade...
                                       Enfeitou-se em arco-íris
                                       E eternizou-se em saudade!

                                       Não há máculas, só encanto,
                                       Nem poalhas a ofuscar.
                                       Canto mais alto o meu canto
                                       E me sinto além do mar!

                                       Nossos momentos felizes
                                       Em total entrega de afetos,
                                       São relíquias, as mais belas,
                                       Entre formosas quimeras.

                                       São agora no meu mundo
                                       Envolto nessas lembranças,
                                       As valquírias dos meus sonhos
                                       E do meu viver tristonho!

                                       Vou vivendo a poesia
                                       De nemoroso eldorado...
                                       Do alvorecer sem maldade
                                       Da eterna estação saudade!


                                            Autoria: Antenor Rosalino

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