No tempo fatídico da escravatura inútil,
Quando estrelas fitavam tristonhas senzalas,
Requebravas seus
dotes de moça bonita
Sob os olhos vorazes
do sultão no harém!
Como flor entre espinhos balançando no ar,
Deixaste no tempo em
silente insuflar
O legado supremo do
saber infinito:
“Ocultar o sofrer
com sorriso no olhar”.
Seu rosto brilhava
nos traços perfeitos
Emitindo aspectos
de raios de luz!
Na escultura do
corpo onde olhares pousavam,
E encantados
ficavam pelo ardor sensual!
Senti-as na pele
enquanto dançavas,
O martírio de
outros escravos irmãos
Padecendo torturas
nas duras falésias,
Sob açoites
ferozes em seu crepitar.
Porém, nesta
vida, como tudo se esvai,
Deixou este mundo
a pobre puela.
Entre solfejos divinos e lampejos de luz
Olvidando os
insultos, com Deus foi morar!
Hoje distante de
impiedosos terráqueos,
Juntando-se à plêiade de escravos fiéis
- em sonhos
felizes sem dor a ocultar -,
Desfruta os
tributos dos anjos dos céus.
Antenor
Rosalino