Há
já algum tempo, participei do Curso de Agente de Desenvolvimento Local,
ministrado pelo SENAC, que tem por finalidade detectar e procurar soluções para
problemas existentes em determinadas localidades. Concluído o curso, tive a
ideia de criar uma biblioteca num bairro periférico, visando incentivar o
hábito da leitura e, principalmente, beneficiar os jovens estudantes da
localidade, no sentido de não precisarem se deslocar tanto para fazer suas
pesquisas na única biblioteca pública da cidade, cujo local, para eles, é um
tanto distante
A minha atenção foi voltada para um centro
comunitário então abandonado no local, pois vislumbrei ali a possibilidade de
concretizar meu intento, obviamente, com o apoio de algumas pessoas e segmentos
sociais. Nesse centro comunitário poderia, inclusive, ser ministrado,
futuramente, alguns cursos gratuitos com professores e outros orientadores
voluntários e até mesmo com o apoio de órgãos públicos.
Após algumas conversas com o responsável
pelo local, este chegou a destinar-me uma área para a biblioteca, mas a
diretoria estava em fim de mandato e outros empecilhos foram criados pela
dificuldade em localizar outros dirigentes.
Comuniquei o fato numa das reuniões da Rede
Social Araçatuba, e um dos presentes sugeriu uma análise minuciosa do meu
propósito, e que a mesma fosse levada à Secretaria do Meio Ambiente, pois
talvez houvesse a possibilidade de ser utilizada até mesmo uma das casas
desocupadas do recinto de exposições da Fazenda do Estado para a concretização
desse objetivo.
Ocorrido o encontro, o meu intento teve a
aquiescência esperada, porém, já naquela ocasião, estavam sendo criadas as
“geladeiras de livros”, ou seja, guaritas onde ficam expostos revistas e livros
diversificados à disposição das pessoas interessadas.
Assim, o meu projeto não teve sequência.
Entretanto, em conversa com um amigo, este achou muito interessante a ideia, e,
com base nisso, resolveu criar uma sala de leitura anexa à sua residência, num
espaço de propriedade de uma igreja de tradição nipônica.
Tudo indica que a semente lançada, sendo
regada zelosamente, resultará, num futuro não muito distante, em frutos
gratificantes no contexto do interesse pelas boas obras, principalmente dos
grandes autores e do saber em si, e, se apenas uma pessoa for beneficiada com
esse feito, isto será o bastante para dar a mim e ao amigo que se baseou na
ideia, a conscientização plena de que nosso viver não foi em vão, e, de qualquer
forma, deixo aqui o registro desse intento que, se algum dia for viabilizado,
fica o regozijo de algo mais que poderá ficar para a posteridade, e, se
definitivamente rejeitado, pelo menos fica a certeza de que houve a tentativa
de uma intenção humanitária e, sobretudo, isenta de interesses pessoas,
destinada apenas ao bem comum.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internet
Nenhum comentário:
Postar um comentário