Desde remotos tempos e em diversos segmentos
sociais surgem pessoas que parecem ser predestinadas a mudar, de alguma forma,
o modo de pensar dos indivíduos. Estas pessoas diferenciadas são os poetas e
escritores, responsáveis pelas inovações e evoluções da literatura nos diversos
países.
Enquanto o escritor discorre sobre a
realidade presente e o imaginário, o poeta, por sua vez, se encarrega de
enfeitar o mundo, fazendo com que as coisas inexistentes ganhem formas de vida
encantadoras, num magnetismo sentimental único.
Julgo oportuno dizer que um escritor pode
também ser poeta. Talvez, não com a poética mais apurada de um poeta nato, mas
com a escrita que não obedece métricas, feita livremente, como a encontramos em
romances de muitos dos maiores escritores do mundo.
Não existem formas ou métodos para que alguém
se torne escritor, escritora, poeta ou poetisa. Muitos são os que acreditam
tratar-se de dom, de algo divino destinado apenas a algumas pessoas
privilegiadas. Para outras, e esse é o meu modo de pensar, alguém se torna
escritor ou poeta devido às circunstâncias. Por exemplo: escrever bem e com
técnica os livros ensinam. Sabemos,
sobejamente, que o mais difícil é a criatividade. Esta sim é própria de quem
escreve, mas, mesmo assim, quem se habitua a ler boas obras, ou vivencia
experiências, aventuras e fatos que chamam a atenção por ser pitorescas ou
sôfregas, acabam adquirindo fértil imaginação. Daí basta passar para o papel.
Alguém pode perguntar como surgiu o primeiro
escritor ou poeta. A resposta, na minha concepção, é que essa pessoa viu, ouviu
ou teve a percepção aflorada por algum motivo e resolveu escrever tal
experiência e o fez explorando tudo o que pensava da forma mais vasta e
sentimental possível.
Ninguém escreve sem nunca ter visto, lido ou
sentido algo que, de alguma forma, lhe chamasse a atenção. E é infinitamente
fértil a imaginação humana. E quanto mais nos empenhamos em escrever, relatando
fatos do cotidiano ou histórias que vivenciamos, mais nossa capacidade vai se
adestrando e nós mesmos vamos, paulatinamente, ficando surpresos com nosso
avanço intelectual.
A leitura introspectiva e feita com a
atenção devida faz com que o cérebro se abra para as nuanças e o esplendor da
vida, favorecendo consideravelmente a capacidade para inspirações das mais
encantadoras.
Lembremo-nos de que a grande maioria dos
nossos maiores escritores tem incomum assiduidade às leituras. Machado de
Assis, por exemplo, um dos ícones de nossa literatura era frequentador assíduo
de bibliotecas no Rio de Janeiro.
O segredo maior é, portanto, ler. O
exercício da leitura atenciosa faz com que o pensamento voeje em sonhos, e a
imaginação, paulatinamente, vai sendo despertada e se avulta, fazendo com que
queiramos expressar os nossos conceitos e trazendo-nos, por consequência,
surpreendentes e maravilhosas criatividades.
Mesmo que não haja interesse em escrever
livros, a leitura é fundamental por diversos fatores, entre elas, o fato de que
somente ela é capaz de mudar o homem e o mundo.
Leiamos, pois.
Autoria: Antenor Rosalino
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