No transcorrer dos jogos do Mundial
de Futebol da FIFA realizado no Brasil, estive observando mais atentamente o
quanto esse esporte impressiona e fascina em suas nuanças.
A alegria e a frustração caminham mais do que nunca tão próximas que é
possível até mesmo o torcedor mais apaixonado chorar de alegria. E esses sentimentos ora se manifestam na
expressividade do torcedor, ora na do seu oponente. Os corações balançam tanto
quanto o balançar da rede no momento sublime do gol. E nesse momento as
energias explodem e, como diz um narrador esportivo: haja coração!
Na magia do futebol todas as crenças são válidas. Os torcedores mais
fanáticos se apegam em santos e, muitas vezes, até seguram algo que lhe seja de
grande valia espiritual. Quando saem do campo vencedores, os agradecimentos são
os mais entusiásticos possíveis, e, se derrotados, nunca culpam o seus
protetores espirituais, a culpabilidade é sempre depositada numa jogada infeliz de um ou outro craque.
Tudo, porém se acalma em poucas horas e a esperança volta a povoar o coração
apaixonado da torcida sempre fiel ao time do seu coração.
Entre tantos outros esportes, o futebol é singular. Quando o mesmo é
levado para os malefícios da rixa, torna-se até mesmo caso de polícia, e isso
sempre deturpa a finalidade maior do esporte que é o júbilo da união dos povos
no mesmo fim.
Nos dias festivos, as faixas e adornos coloridos reluzem nos olhares
vívidos dos torcedores alviverdes, alvinegros, tricolores... Muitos são aqueles
que ostentam o sagrado símbolo do clube do seu coração e até o Sol parece
aquecer com mais intensidade e esplendor a cidade engalanada nas primícias do
encantamento de mais um dia de futebol.
O gigantesco estádio acolhe a explosão inevitável da multidão
circundante do verde e demarcado gramado que reluz no desfraldar das bandeiras
ainda mais entusiasticamente quando é chegada a hora do pontapé inicial do
clássico promissor.
Os jogadores encantam a plateia com seus dribles, muitas vezes,
desconcertantes, passes precisos e cabeceios e defesas monumentais.
O espetáculo chega ao apogeu no momento do gol. É inenarrável a vibração
da torcida e do time que sai à frente no marcador. E como em toda alegria ou
sucesso de alguém há o fracasso e a frustração de outro, a torcida contrária,
embora entristecida, reacende a chama das vaias, inclusive contra a arbitragem
que se mantém, como sempre, com sua característica e precisa indiferença.
Mesmo com a luminosidade ostentando o placar adverso do resultado
parcial a esperança na reversão do marcador é flagrante. E, ao final da
jornada, mesmo entre o contraste de emoções das torcidas adversárias, fica no
âmago de todos, o prazer de terem vivenciado o inenarrável encantamento mágico
do futebol que se eterniza em tantos corações.
Autoria: Antenor Rosalino
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