Em
nosso cotidiano, ao lidarmos com tudo o que diz respeito à nossa lida e ao que
vemos e sentimos, vêm-nos à mente, fundamentalmente, lampejos que flamejam na
memória, trazendo surpreendentes percepções da imensidão dos nossos sentidos.
Estas percepções fluem como delírios
alucinantes e eleva os nossos sentimentos, fazendo com que olhemos o mundo com
um olhar hipnótico, em que tudo à nossa volta ganha matizes e beleza invulgar.
Temos como exemplo, primordialmente, as
visões dos artistas: escritores, pintores, escultores, etc., os quais discorrem
com uma intensidade inenarrável de percepção poética, todo o enlevo
enternecedor de suas almas sensitivas.
Sabemos que esses artistas, principalmente os
poetas, caracterizam-se pelo fato de transmudarem através de suas obras, as
coisas inexistentes em coisas reais. Por exemplo, quando um poeta diz: “no céu,
estrelas brincavam na noite enluarada”. É evidente que as estrelas não brincam,
mas a poeticidade é tão bela, invulgar e toca tanto o coração, principalmente
das pessoas mais sensitivas, que é como se víssemos mesmo na realidade, as
estrelas brincarem no plenilúnio e o sonho dessa visão se tornar verdade. Isso
é sublime e são detalhes que enfeitam a vida.
Tudo se ostenta aos nossos olhos e aos nossos
corações conforme o nosso ângulo de visão. Assim sendo, tudo leva a crer que,
ao repousar os nossos olhos e o nosso sentir nas coisas belas e simples da
vida, como no silêncio e no aroma das flores em suas luminescências, nos
sorrisos apolíneos, no esplendor do céu, na suavidade cristalina das águas...,
sentiremos o mundo em sua plenitude e vivenciaremos o amor de forma mais
perfeita e incondicional.
Não é preciso viver sonhando ou “nas
nuvens”, como se diz, visionando coisas fantásticas e impossíveis para que
nossa vida seja emoldurada pelo sentido e o glamour da poesia; pelo contrário,
notadamente, as pessoas dotadas de maior percepção poética são aquelas que mais
se destacam no contexto social, com atitudes e propósitos sensatos, reais e
claros, pois possuem uma maior visão de mundo e do circunspeto.
O que torna ainda mais grandiosa esta
sensoriedade, é que a sublimidade deste sentir também é perceptível sem que,
necessariamente, tenhamos olhos para ver. São muitos os exemplos de pessoas
portadoras de deficiência visual que impressionam pelo elevado nível desta
percepção, aliás, são estas, as mais perceptíveis a tudo e a todos. Podemos,
portanto, sentir e descrever verbalmente ou através de obras, algumas das
quais, magistrais, o magnetismo da vida, como se tivéssemos sentindo o sabor de
noites estreladas em seu apogeu maior.
Autoria: Antenor Rosalino
Imagem da internert
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