sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

CARNAVAL



 
 
Em sobejante euforia,
Blocos coloridos adentram na avenida.
Confetes e serpentinas
Emolduram os perfis de pierrôs e colombinas.

 Ilusão de vagos pensares
 E sentimentos de glórias
 Fundamentam-se altaneiros
 No disfarce destas horas

 Fantásticas arquiteturas...
 Esteira de alegoria engendrada
 Num mundo feito de máscaras.

 Por trás do aspecto camuflado
 Um desfilar de amarguras
 Denotando o viver hostil, súplice e ultrajado.

 
                            Antenor Rosalino

 

 

                      

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2020

ARMAS NUCLEARES




                                    

 

  A produção de armas nucleares pelas grandes potências salta aos olhos da população mundial causando não só extrema preocupação, mas perplexidade.
  O potencial destrutivo desses armamentos pode levar à extinção total da humanidade.
  Um olhar atento a essa questão nos leva a observar que, na eventualidade de um conflito mundial, não seria preciso nem mesmo a utilização de todas as armas e mísseis disponíveis, mas apenas algumas explosões causariam tão grande impacto que, muito possivelmente, não teríamos como sobreviver a tal conflito, pois os efeitos mortíferos das explosões são extremamente extensos e os alvos seriam atingidos com velocidade incrível.
   Lembro-me, agora, da tocante frase de Guimarães Rosa: “Se todo animal inspira sempre tanta ternura, que houve, então, com o homem?”
   Na minha introspecção, concluo que só há uma alternativa para a mudança radical dessa situação de pânico: um pacto entre todas as nações do mundo no sentido de desistirem da corrida armamentista.
   Para um país se proteger não é preciso visar estratégias alucinantes de poderio militar. Todas as nações têm suas forças armadas e meios sensatos para o combate a invasões ameaçadoras. E se isso ocorrer, os detentores do poder dos países envolvidos devem se empenhar com denodo e esgotar todos os esforços possíveis em diálogos que levem à paz desejada para todos.
   Por outro lado, sabemos de sobejo, que são imensos os recursos econômicos destinados para as guerras, os quais poderiam ser utilizados para fins pacíficos e altruísticos em favor de pesquisas mais profundas e tão necessárias para o desenvolvimento em todas as áreas científicas e programas humanitários no afã de um mundo muito mais solidário.
   O homem deste século não tem tanta noção no seu cotidiano de quanto depende da proteção e da técnica. Está tão condicionado aos meios eletrônicos e botões da avançada tecnologia que se vê mais robotizado que um robô. Urge, portanto, também desvincularmos um pouco dessa dependência, pois estamos a caminho de não sermos autônomos e capazes de suprir  nossas mínimas necessidades.
   A busca desenfreada para sofisticações de armas nucleares cada vez mais potentes remete à imortal frase de William Shakespeare: “Homem, orgulhoso homem, que investido de tão pequenina e passageira autoridade, empreende tão fantásticas missões perante os céus que fazem os anjos chorarem”.


                                                                   Antenor Rosalino



                                                                          

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

CIDADE DA GAROA






    A garoa transborda gotas pequeninas...
    Cristais de lágrimas rochosas
    Como um dossel flutuante
    De encontro à imensidão do céu.


    Pujantes construções históricas...
    Sobejantes arranha-céus perfilados
    Simbolismo de altivez e glória
    Dos paulistanos que fazem história.


     Vinte e cinco de janeiro!
     Dia da fundação da cidade olimpo
     Que a todos acolhe em seu leito límpido.


     Cidade da garoa – oásis de sonhos poéticos!
     Orgulho dos brasileiros que festejam
     O seu aniversário em premissas de vitórias.



                            Antenor Rosalino

segunda-feira, 13 de janeiro de 2020

O BAILAR DO VENTO




     


    O vento uiva por entre as rochas.
    Sopra o alvor do dia que surge
    Como se perseguisse pó de estrelas longínquas.

    Sorrateiro, segue o percurso dos mares.
    Transpõe obstáculos, chega às montanhas
    E se debruça nos campos cobertos de trigais.

    Visualizo essa brisa que segue.
    Viajo sob asas de anjos benditos
    Para compor o verso mais bonito.

    Como um milagre de Deus,
    Meus versos se avultam
    Em noites reluzentes no neon das ruas.

    Embalo-me assim em degraus de sonhos
    À luz de eternas fantasias
    Num rosário lastro em melodias.

    Sinto a brisa que passa
    Balançando as sombras projetadas
    E me entranho nesse bailado sem fim.


                Antenor Rosalino

quarta-feira, 18 de dezembro de 2019

HERANÇA POÉTICA





         


    Quero deixar no tempo um legado
    De amor perfeito à poesia da vida
    E trazer no mais íntimo do meu ser
    A esperança de ver brilhar
    A mais pura alegria em ternuras de sorrisos
    Sob paz de sinfonias e poemas encantados
    No alvor de cada dia!

    Quero ver a brisa mansa divagante
    Aliciar as marés, as pétalas nas relvas,
    O esplendor lunar que adoça a alma.
    E afugentar obscuras existências
    Resumidas em histórias em que o pranto
    Ofusca o luar e murcha as flores nos cântaros.

    Que a humanidade possa partilhar os víveres
    E contentar-se com a graça do viver
    Deslumbrando-se num mundo solidário e de paz
    Sob um céu azul em áureos pensares,
    Ludibriando as tristezas no afã de voos altaneiros
    Em transcendente odisseia
    Para um viver sempre belo.


          Antenor Rosalino



terça-feira, 10 de dezembro de 2019

EFLÚVIOS DE DEZEMBRO




   

     Um renascer de áurea jovialidade
     Faz-se pleno na gratidão das dádivas
     Que dispersa as lágrimas caídas
     No afã do amor decantado e esculpido.

     A pesarosa vulgaridade do mundo
    Debalde se perde no espaço sideral
    Somente o amor liberto voa
    Como albatrozes singrando o mar.

    É o encanto mágico que flutua
    Disseminando a essência pura
    Distante das noites de angústia
    Em horizontes de manhãs lúdicas

    Ente chuvas cristalizadas e límpidas
    Seguimos o curso estelar supremo
    Somos almas que buscam luzes
    No angelical azul de dezembro.

                    
                      Antenor Rosalino

segunda-feira, 25 de novembro de 2019

SAUDADES DO HORIZONTE




 

    Deixo a grande metrópole
    Poluída e neurastênica.
    Quero ver o ar mais puro
    Aliciando as dunas e marés.

    As poeiras da cidade
    Ofuscam o meu olhar.
    Não vejo pássaros voejantes
    Nem o céu iluminar.

    Na cidade as belas flores
    De tão tristes perdem sândalos.
    Nos campos é diferente
    Vejo alegria em cada flor.

    À beira de belos lagos
    Quero em sonhos ficar
    Observando o reluzir dos campos
    Onde a brisa vem pousar.

    Quero rever vastas colinas
    Distantes de apressados transeuntes
    E findar este meu pranto
    De saudades do horizonte.


    
                       Antenor Rosalino