domingo, 7 de dezembro de 2014

ARREMEDO DE AUTOR



                        


Os versos banham minh’ alma
Com uma ternura sem igual
São sentimentos profundos
De este ser cenobial
Que vaga sob as estrelas
Num enlevo terno, aspectual.

Contemplo a amplidão dos céus
E sinto um desejo imenso
De voar santificado
Buscando no firmamento
As formas de vida simples
Em um mundo de acalento!

Meus devaneios me levam
De encontro aos deuses, poetas...
Mas, desperto-me num instante
Das fantasias ineptas...
Olho ao meu redor e sinto
Quão triste é a dialética!

Os meus olhos lacrimejam
Quando me ponho a fitar
A imensidão em nuances
Sobre os mistérios do mar.
Quisera ver nestas horas
Meu poetar se avultar!

E assim, encantar o mundo
Com singela poesia,
Para gáudio e regozijo
Da plebe e da burguesia,
Mas fico assim tão silente...
            Elipse na maresia!

Sou somente imitação
De poeta e trovador
E do meu canto desejo
Esculpir em puro amor
Os versos como oferenda
Deste arremedo de autor.



Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem do autor.




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