sexta-feira, 21 de março de 2025

REMANSO DA CHUVA

 

       

A chuva cai mansamente em gotículas

Como teares de cristal; descendo ladeiras,

Ultrapassa falésias e vai..., discorrendo

Paciente seu encanto e seu frescor.

 

Mesmo fraca e vagamente, cumpre sua jornada

Em silêncio, postergando as amarguras

E o nefasto amargor de tão vastas angusturas.

 

Alegrando a solidão, seu labor contagiante

Enternece corações, deixando saudosos aspectos

Nas multidões divagantes.

 

Consumado o seu percurso de aquiescentes retrospectos,

Espraia suas vertentes em langor e mansidão

E no fundo da terra se esvai, para renascer em

Plenitude insurgindo seu condão, revestida de vapor

A formar no céu azul, lindas nuvens de algodão.

 


                                           Antenor Rosalino

 

 

sexta-feira, 7 de março de 2025

EXORTAÇÃO AO VINHO

 

     

Louvemos o vinho!

Extraído das uvas de abençoadas terras,

Debruça a suavidade do seu sabor

Nas adegas distantes...

 

Suas gotas alvas ou púrpuras

Em frágeis jarras de cristal,

Emolduram fartas mesas

Nas confrarias felizes,

Onde em prece se renovam

Doces ceias de Natal.

 

Filho das vinhas!

Seu efeito suave e embriagador

Tem o perfume da vida

E dos campos vastos em flor!

 

Quando em laudáveis brindes

As taças são erguidas

Em uníssono tilintar festivo:

Transbordam-se os sorrisos,

Refletindo a alegria

No brilho de cada olhar.

 

         

                     Antenor Rosalino