A chuva cai mansamente em gotículas
Como teares de cristal; descendo ladeiras,
Ultrapassa falésias e vai..., discorrendo
Paciente seu encanto e seu frescor.
Mesmo fraca e vagamente, cumpre sua jornada
Em silêncio, postergando as amarguras
E o nefasto amargor de tão vastas angusturas.
Alegrando a solidão, seu labor contagiante
Enternece corações, deixando saudosos aspectos
Nas multidões divagantes.
Consumado o seu percurso de aquiescentes retrospectos,
Espraia suas vertentes em langor e mansidão
E no fundo da terra se esvai, para renascer em
Plenitude insurgindo seu condão, revestida de vapor
A formar no céu azul, lindas nuvens de algodão.
Antenor Rosalino