quinta-feira, 18 de junho de 2020

ANOITECER


                           
       
                   

A íris de sublime encanto prenunciando a noite bela
Traz um misto de serenidade e alegria
No perfeccionismo da mais alta poesia da natureza,
E as trevas se desfazem enquanto o sol se ajoelha no infinito!

Tudo então ganha sentido
Na calmaria silenciosa e terna desse apogeu de paz,
E meus olhos se inebriam
Com o lume da divindade... Razão de o meu pensar.

Em tons de suave melancolia e glória
A lembrança crepuscular permanece tácita,
Como as lendas da infância perpetuando na memória.

É como se chuva de estrelas caísse do céu,
Distraindo a parte triste do mundo
E as auguras nefastas de abandonados mausoléus.


                                           Antenor Rosalino



sábado, 6 de junho de 2020

A PALAVRA PROFERIDA



                             


Linguajar que nos conduz a quase tudo,
Comunica e nos leva à paz querida.
Denota, enfim, o que somos
A palavra proferida.

Ensina-nos o bom caminho
Em conselhos e guarida,
Mas também sempre ofende
A palavra proferida.

Vez por outra nos abala
Comunicando aguerrida:
Um adeus! Triste amargor
Da palavra proferida.

Deixa-nos em recordações contar
Tantas emoções vividas...
Deixa eco a ressoar
Belas palavras proferidas.

Palavras que guiam e ensinam...
Palavras sempre benditas..
São essas imagens divinas
A palavra proferida.

Palavras que agonizam,
Maltratam, ferem inseridas,
Quando o uso é indevido
Da palavra proferida.

Não fosse esse comunicar
Como seria essa lida?
Talvez forma tão vulgar
Sem palavra proferida.


Antenor Rosalino