quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

A Calçada




 
Na calçada há tanto pisada,
os rastros e marcas passadas
de delícias represadas,
remetem os corações
de maturidade agastadas,
aos  sonhos da inocência,
das primícias e das fábulas!

Acompanha a minha calçada
de pisares, desgastada,
sua fiel companheira:
a sarjeta fria e sólida...,
das multidões, ignorada!

Suporta ingratas procelas
supera o tristonho invernar!
Abraça o sol que lhe abrasa
ou a chuva a deslizar...

Não contenho cálidas lágrimas,
quando me ponho a pensar
no primaverar de madrigais,
nos jogos de botões
e rabiscos na calçada...
Alegrias sem iguais!

Pisando nesta calçada
de malmequer desfolhado:
tenho o coração pranteado,
e a alma despedaçada
de saudades  aflorada!



Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da Internet


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