segunda-feira, 22 de novembro de 2021

ANOITECER

 

                                 
 

 

      O sublime encantamento que prenuncia a noite bela

                             Traz um quê de serenidade e alegria transmitindo

                             Uníssono pulsar ao coração com o perfeccionismo

                             Da mais alta poesia da natureza.

 

                             As trevas se desfazem enquanto o sol se ajoelha,

                            Mansamente, em reverência no infinito alado.

                            Aproxima-se o plenilúnio trazendo laivos de poesia

                            Que deságuam na alma como versos desmembrados.

 

                             Tudo então ganha sentido em terna calmaria

                             Num apogeu de paz em que os olhares se inebriam

                             Como íris da divindade permeando

                             A razão única de nostálgicos pensares.

 

                             Em tons de suave melancolia e glória

                             Num repuxo estelar supremo

                             A lembrança crepuscular permanece tácita

                             Como lendas da infância que se perpetuam na memória.


                             A poesia fulgura dentro do encanto da noite do sonho.

                             É como se chuva de estrelas caísse do céu,

                             Distraindo a parte triste do mundo

                             E as auguras nefastas de abandonados mausoléus.

 

 

 Antenor Rosalino

 

                                 

domingo, 7 de novembro de 2021

O PRANTO DE UM ASTRO

 


      

    Nasce de um ventre sublime e incognocível

   Em meio a incandescentes raios que brilham

   Sob os tentáculos das mais altas magnitudes

 

   Majestosa criação no infinito insurge como pêndulo

   No vai e vem do espaço sideral

   E contemplo a sua criação que orna os sete céus.

 

   Gerador de mistérios há anos luz

   Vê chegar também a sua finitude

   Além do azul e do ofuscante véu.

 

   A vida se definha e a fulgência se esvai

   Morrendo e chorando derrama cálidas lavas

   Das dores lancinantes por sua vida findando.


   No fim do ciclo risca o glamour do céu

   E assim se perde na amplidão

   Num arrastar infindo de mistérios ao léu.


                          Antenor Rosalino