segunda-feira, 11 de março de 2013

ODALISCA

  
                                         
                                        

No tempo fatídico da escravatura inútil
Quando estrelas fitavam tristonhas senzalas
Requebravas seus dotes de moça bonita
Sob os olhos vorazes do sultão no harém!

Como  flor entre espinhos balançando no ar
Deixaste  no tempo em silente insuflar
O legado supremo do saber infinito:
“Ocultar o sofrer com sorriso no olhar”.

Seu rosto brilhava nos traços perfeitos
Emitindo aspectos de raios de luz!
Na escultura do corpo onde olhares pousavam
E encantados ficavam pelo ardor sensual...

Senti-as na pele enquanto dançavas
O martírio de outros escravos irmãos
Padecendo torturas nas duras falésias
Sob açoites ferozes em seu crepitar.

Porém, nesta vida, como tudo se esvai...
Deixou este mundo a pobre puela
Entre solfejos divinos e lampejos de luz
Olvidando os insultos, com Deus foi morar!

Hoje distante de impiedosos terráqueos
Juntando-se à plêiade de escravos fiéis
Em sonhos felizes sem dor a ocultar
Desfruta os tributos dos anjos dos céus.


Autoria:  Antenor Rosalino


Nenhum comentário:

Postar um comentário