terça-feira, 26 de março de 2013

ABSTRATISMOS


                                                            
                                                         


   Numa dessas noites em que o prado e a brisa leve trás um enlevo que enternece a alma, decidi fazer um poema. A inspiração não me aflorava em palavras na ocasião, mas sim, no magnetismo do plenilúnio e do azul do céu estrelado.
  Com o pensamento envolto pela bruma invisível de um lirismo encantador, iniciei os meus escritos quando, repentinamente, lembrei-me de ter ouvido de alguém num certo dia, que a poesia é de difícil entendimento. Detendo-me nesta lembrança, a minha inspiração dissipou-se como o vento... 
  Não fiquei triste, pois o meu estro poético embora não seja de um poeta maior, nunca me abandona. Sempre tenho momentos sublimados, nos quais, a minha imaginação voeja, flutua e recrio os meus modestos poemas
  Prevalecendo-me daquele momento, refleti sobre os mais diversos ângulos que uma mensagem poética pode transmitir e conclui: alguns poetas utilizam palavras abstratas e metáforas (ou palavras difíceis como muita gente diz), um pouco mais do que outros. Isso faz com que a maioria dos leitores que precisam de uma leitura vagarosa para entender o real conteúdo da poesia, seja induzida a consultar o dicionário para saber o significado de certas palavras; e isso, muitas vezes o irrita.
  Devo confessar que sou afeito às metáforas, às palavras diferenciadas que a meu ver, trazem um glamour a mais à obra poética. Por outro lado, a consulta ao dicionário – quando preciso -, certamente propicia ao leitor interessado, a oportunidade de ampliar os seus conhecimentos e, aos poucos, ir adquirindo a compreensão necessária para deleitar-se na plenitude do fetiche invulgar que só a poesia pode proporcionar.
  É evidente que essas palavras diferenciadas são aceitas apenas em obras poéticas, cujos vocábulos devem ser evitados nos textos usuais do cotidiano.
  Resumindo, as palavras diferenciadas não tiram a simplicidade da poesia; fazem, isto sim, com que esta ganhe mais brilho e incita o leitor a elevar o seu pensar. Quanto ao entendimento, basta ler calmamente, procurando entender o contexto, obedecendo as pontuações e as pausas que se fizerem necessárias.
  Utilizando-se destes critérios, a poesia tornar-se-á um lenitivo incomensurável para a alma e o coração.


Autoria:  Antenor Rosalino

Imagem da Internet


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